Eurocidade Chaves-Verín estuda complementaridade nos serviços de saúde

A eurocidade Chaves-Verín tem oito anos de existência.

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Para alargar as ofertas na saúde e dar maior qualidade de vida aos cidadãos, o projecto transfronteiriço está a analisar as complementaridades existentes entre os serviços de saúde de Chaves e Verín para definir um convénio de cooperação sanitária.

"A actual assistência dos hospitais de Chaves e Verín poderia sofrer uma acentuada melhoria no que se refere à oferta de serviços, mediante a utilização ou partilha dos recursos humanos e materiais", defendem os autarcas.

Constata-se duplicidade em determinadas especialidades médicas, pelo que os presidentes entendem ser importante optimizar infra-estruturas.

O estudo, financiado por fundos comunitários, irá durar cinco semanas e assentará na análise da elaboração da proposta do plano de actuação, obtenção de consenso político e profissional e na apresentação do possível convénio de cooperação transfronteiriça. O grupo de trabalho é constituído por órgãos de direcção sanitária da Galiza e Portugal.

O presidente da Câmara de Chaves, António Cabeleira, frisou que o objectivo é criar uma zona franca social e uma "verdadeira" cidadania europeia, abolindo barreiras.

A título de exemplo, o autarca explicou que se a unidade hospitalar de Chaves tem um bom serviço de ortopedia porque é que um cidadão de Verín não pode usufruir dele, dado estar mais perto do que Ourense. "Se Chaves tem bons serviços ou vice-versa, o outro município não precisa de replica-los", defendeu. Contudo, o Governo deve continuar a investir na saúde, realçou.

"Agarramos este projecto com grande entusiasmo e com o objectivo de obter um instrumento que sirva para melhorar o acesso à saúde dos nossos cidadãos", disse o homólogo espanhol, Juan Jiménez Morán. As pessoas ainda não "assimilaram" que são eurocidadãos porque "precisam de mais" para se sentirem como tal, afirmou.

No mês passado, um jovem de 20 anos, após sofrer um neurotrauma num acidente de viação, em Chaves, foi transferido para Lisboa, a mais de 400 quilómetros, por não haver vagas nos hospitais do norte.

Além da saúde, o projecto transfronteiriço quer partilhar um posto policial, uma rede de transportes e serviços na educação, mas a diferente legislação entre os dois países tem sido o entrave.

Pioneira na Península Ibérica e na Europa, a eurocidade Chaves-Verín tem oito anos de existência e partilha já uma sede, um cartão, uma agenda cultural, um guia turístico, instalações desportivas e recreativas e actividades conjuntas.