China critica Malásia pela condução das buscas ao avião desaparecido
Austrália assume controlo das operações no Sul do Índico, uma das duas possíveis rotas seguidas pelo MH370.
“É claro que as operações de busca e salvamento se tornaram muito mais difíceis e que a área é muito maior. Mas esperamos que a Malásia possa fornecer informação mais rigorosa e aprofundada para os países que participam nas buscas”, disse Hong Lei, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Pequim.
Uma crítica que se segue às já muito críticas notícias da imprensa chinesa face à crescente suspeita de que as autoridades malais cometeram vários erros desde o desaparecimento do voo MH370, desvalorizando informações que apontavam, desde o início, para o desvio do avião, e limitando a informação passada aos países que participam nas buscas.
Só no fim-de-semana foi revelado que o Boeing 777 terá voado sete horas após de ter desligado os sistemas de comunicação e o primeiro-ministro confirmou que todas as informações disponíveis indicam que terá mudado “deliberadamente” de rota. Sabe-se também que um satélite que orbita sobre o oceano Índico terá detectado sinais que poderiam ser do aparelho.
Informações que levam os responsáveis pelas operações a admitir que o Boeing 777 da Malaysia Airlines – que saiu de Kuala Lumpur em direcção a Pequim, na madrugada do dia 8, com 239 pessoas a bordo – possa ter voado para norte, num corredor aéreo que passa pela Ásia Central, ou na direcção oposta, sobrevoando o Sul do Índico.
As autoridades da Malásia “pediram-nos para assumir a responsabilidade pelo vector Sul, que acreditam agora poderá ter sido uma das possíveis rotas para o avião desaparecido”, revelou o primeiro-ministro australiano, nesta segunda-feira de manhã, no Parlamento. Tony Abbott disse, no entanto, “não ter qualquer informação” de que o aparelho possa ter sido detectado sobre as águas territoriais do Oeste da Austrália.
O Governo malaio divulgou entretanto um comunicado em que explica ter enviado notas diplomáticas a todos os países ao longo das duas possíveis rotas seguidas pelo aparelho, pedindo-lhes dados de radar e de satélite que possam ajudar na localização do Boeing. Kuala Lumpur pediu também já aos países de origem dos passageiros – 153 dos quais chineses – que investiguem cada um deles na tentativa de perceber se alguém poderá estar envolvido no desvio ou sabotagem do aparelho.
Mas, para já, as investigações concentram-se no piloto e co-piloto, cujas casas foram já revistadas. Uma suspeita reforçada pela notícia de que a última comunicação do cockpit para os controladores aéreos foi feita pouco depois de ter sido desligado o sistema de comunicação que identifica o avião perante os radares (ACARS). “Muito bem, boa noite”, foi a última frase, em tom informal, ouvida na torre de controlo.