Banco russo VTB faz fusão com Banco Atlântico, parceiro e accionista do BCP
Com sede em Luanda, o VTB África é uma sucursal do segundo maior banco russo (cotado), o VTB Moscovo. O banco liderado por Carlos Silva, participado pela Sonangol e accionista do BCP, passará a operar com a marca Atlântico.
O Banco Atlântico anunciou a fusão com o Banco VTB África, de capitais russos, e a Rostec, holding industrial russa, que passará a deter 20% do banco angolano, que, por sua vez, controla 49% do Millenniumbcp Angola.
O Banco Atlântico, participado pela Sonangol (o principal accionista do BCP), é liderado por Carlos Silva (grande accionista) que preside ainda à holding luso-angolana InterOceânico, accionista do BCP, instituição de que Carlos Silva é vice-presidente não executivo.
“Esta operação de fusão entre o Banco Privado Atlântico e os seus parceiros VTB Capital e Rostec vai potenciar a capacidade do banco intervir em mercados estratégicos da África sub-sahariana, mantendo Angola como centro de decisão”, explicou esta tarde Carlos Silva.
Com sede em Luanda, o VTB África é uma sucursal do segundo maior banco russo (cotado), o VTB Moscovo, enquanto a Rostec é um conglomerado industrial, com interesses em 660 empresas. O Banco Atlântico, que detém 49% do Millenniumbcp Angola, é dominado pela petrolífera angolana Sonangol que é, por sua vez, o maior accionista do BCP, o que pode indiciar algum movimento concertado envolvendo o banco liderado por Nuno Amado. Recorde-se que o BCP foi levantar fundos de três mil milhões de euros ao mecanismo público de recapitalização e que terá de devolver ao Estado até 2017.
O VTB África arrancou com a actividade em 2006, estando a operar no retalho e na área da banca de investimento, e segundo o presidente, Andrei Kostin, o investimento far-se-á por três anos através da VTB Capital.
Para além de 2,6% do BCP (e de 49% do Millenniumbcp Angola), o Banco Atlântico é grande accionista da sociedade gestora luso-angolana Interoceânico. Entre os seus accionistas estão a Finicapital, a GlobalPactum, e um grupo de investidores particulares entre eles o advogado Daniel Proença de Carvalho, presidente não executivo da Cimpor (dominada pela Camargo Corrêa), Francisco Pinto Balsemão, dono da Impresa (Expresso/Sic), Rui Nabeiro (Delta), e o embaixador António Monteiro, presidente não executivo do BCP, em representação do Banco Atlântico/Sonangol. Em Julho de 2013, a Allpar, integralmente detida pelo grupo brasileiro Camargo Corrêa (dono da cimenteira Cimpor), e a InterOceânico celebraram um acordo parassocial, válido por cinco anos, para tomar posições alinhadas no BCP.