OCDE aplaude esforços feitos pelos países intervencionados

Angel Gurría destacou reequilíbrio "massivo" das contas públicas.

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Angel Gurría, secretário geral da OCDE PÚBLICO/Arquivo

"Aplaudimos os esforços dos países representados aqui", que já estão "a recuperar alguma competitividade", disse o secretário-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), na abertura de um seminário sobre os desafios económicos na zona euro, referindo-se à presença, entre os oradores, dos ministros das Finanças de Portugal, Maria Luís Albuquerque, Irlanda, Michael Noonan, e do ministro da Economia espanhol, Luis de Guindos.

O seminário, que decorre na sede do Conselho Europeu, em Bruxelas, antes do início de uma reunião dos ministros das Finanças da zona euro, e que conta também com a participação do presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, começou com a apresentação, pelo responsável da OCDE, de um relatório sobre "desafios económicos e recomendações políticas para a zona euro", que sublinha os esforços de reformas feitos pelos países do sul da Europa.

Referindo-se a Portugal, Espanha e Irlanda, representados no painel, Gurría destacou o facto de estes países terem completado, ou estarem prestes a completar, os respectivos programas de assistência (no caso espanhol, limitado ao sector bancário), e a regressarem aos mercados, depois de anos de reformas, cujo ritmo foi mais acelerado nos países sob programa ou sob pressão dos mercados, caso também da Grécia.

Destacando igualmente o reequilíbrio "massivo" das contas públicas feitos países em questão - cujos défices chegaram a rondar ou superar mesmo os 10% do Produto Interno Bruto (PIB) -, o responsável da OCDE sustentou, no entanto, que é necessário que os Estados-membros da zona euro se mantenham "comprometidos" com o roteiro de reformas estruturais, pois, tal como alerta o relatório hoje publicado, continua a ser grande o fosso entre as economias do norte e sul da Europa.
"A zona euro precisa de aumentar a produtividade e restaurar a competitividade", com vista ao crescimento e criação de emprego, realçou, assinalando também que a reforma do sector financeiro ainda não terminou.