Cinco peças maiores na Colecção do Museu Nacional Soares dos Reis

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O Artista no seu atelier em Roma desbastando O Desterrado
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O Desterrado © DGPC - Arquivo de Documentação Fotográfica
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Máscara de Saint-Gaudens
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Conde de Ferreira
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Busto da Inglesa, Mrs. Leech

O Artista no seu atelier em Roma desbastando O Desterrado

(1871)Lápis sobre papel
Ano: 1871
“Soares dos Reis quis reter o ambiente que rodeou a execução da sua prova final como bolseiro do Estado. Retrata-se de escopro e martelo a talhar o mármore, onde já se distingue a forma sinuosa, sendo auxiliado por um desbastador. Não descura o material preparatório, pousado numa mesa improvisada. E, curiosamente, relaciona o atelier da Via di San Nicolo da Tolentino, em Roma, com o local onde se acolhiam os nossos bolseiros de Belas Artes, Santo António dos Portugueses: o elemento de ligação é Fifi
, o cão do porteiro desse instituto da Via dei Portoghesi. Percebemos que deve ter sido o fiel companheiro e o guardião naquele desafiante trabalho!”

O Desterrado

Mármore (classificado como Bem de Interesse Nacional)
Ano: 1872
“Nesta prova final do pensionista de Escultura em Roma, Soares dos Reis inspira-se num poema de exílio de Alexandre Herculano, que nos fala de um homem saudoso da Pátria longínqua cujo choro lhe era levado por uma onda do mar... A evocação saudosista d’
O Desterrado, numa obra onde se conjugam equilíbrio estrutural e domínio da modelação em enquadramento indutor de solidão e distância, diz-nos muito sobre a maturidade artística e intelectual do escultor.”

Máscara de Saint-Gaudens 

Lápis sobre papel
Ano: 1875
“Em 1875, Soares dos Reis desenha este estranho objecto plástico, uma cabeça de expressão de angústia ou revolta assinada pelo seu autor ‘S. G.
ens’. Quem era? Augustus Saint-Gaudens (1848-1907) foi companheiro de estudos de Soares dos Reis nas Beaux-Arts de Paris e depois em Roma, cidade onde partilharam atelier. O objecto deve relacionar-se com alguma pesquisa de Saint-Gaudens em torno de uma figura de carácter étnico-racial, de um índio vociferante, feita em 1875 para o seu primeiro projecto em artes decorativas, a James Gordon Bennett Cup for Schooners. Esta é uma hipótese muito significativa das possibilidades de exploração em torno da obra desenhada de Soares dos Reis.”   

Conde de Ferreira 

Gesso (Classificado como Bem de Interesse Nacional)
Ano: 1876
“Soares dos Reis caracteriza o benfeitor Joaquim Ferreira dos Santos, Conde de Ferreira, Par do Reino, de farda bordada com os símbolos do escudo português, faixa e comenda da Cruz de Cristo. O mármore foi mandado executar pela Santa Casa da Misericórdia para o monumento no Cemitério de Agramonte (secção da Ordem da Trindade). É notável a expressão do filantropo, retratado como um homem satisfeito pelo valor social do seu legado. Repare-se no equilíbrio de formas e massas: um braço pousa no pedestal onde cai uma capa e, em contraposição, o outro dobra-se junto à faixa com a mão a segurar umas luvas, em gesto de elegância. Este gesso monumental que Soares dos Reis doou à Academia Portuense de Belas Artes é uma das grandes obras de estatuária portuguesa.”

Busto da Inglesa, Mrs. Leech
Bronze (Classificado como Bem de Interesse Nacional)
Ano: 1887
“Foi num grande jantar em casa de Nicolau de Almeida, no Porto, que Soares dos Reis conheceu Mrs. Elisa Leech, mãe de um ministro inglês em Berlim. O escultor acordou em esculpir-lhe um busto de mármore em Lisboa, pelo valor de 100 libras. Para exprimir o carácter austero que lhe infundia a senhora inglesa, interpretou-a de forma extremamente realista, em pose frontal, de olhar sério e penetrante. O busto foi pago, mas o modelo recusou-o, talvez por não se rever na imagem de nariz afilado, que sobressai no rosto magro, de ombros um pouco descaídos. Esta recusa terá sido decisiva no percurso do escultor, que se manifesta um artista incompreendido.”

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