PS questiona Governo sobre degradação do Liceu de Camões
Socialistas querem saber se as obras previstas, a cargo da Parque Escolar, vão ou não avançar, e criticam silêncio do ministro da Educação.
“Tem o Governo consciência do estado de conservação do edifício do Liceu [de] Camões?” Esta é a primeira de quatro questões formuladas pelos deputados socialistas Rui Paulo Figueiredo, Acácio Pinto e Pedro Delgado Alves. “Temos acompanhado o assunto e achamos estranho que toda a gente se interesse por este tema excepto o Ministério da Educação e a Parque Escolar”, explica ao PÚBLICO Figueiredo, que é também líder do grupo do PS na Assembleia Municipal de Lisboa.
O Liceu de Camões estava na lista de estabelecimentos de ensino a requalificar pela Parque Escolar e o início das obras chegou mesmo a estar marcado para Agosto de 2011. A execução do projecto, da autoria do arquitecto Falcão de Campos, exige um investimento de 18 milhões de euros. No entanto, o processo foi suspenso por ordem do Governo e não se sabe se vai avançar, nem quando. Em Dezembro de 2013, a Parque Escolar limitou-se a dizer ao PÚBLICO que o valor da obra “não está previsto” no seu orçamento para 2014. “É chocante a total ausência de informação”, afirma Rui Paulo Figueiredo.
Nos últimos dois anos multiplicaram-se iniciativas de professores, alunos, ex-alunos e pais para angariar verbas para fazer obras pontuais na escola. Depois de uma gala realizada a 12 de Novembro no Coliseu dos Recreios para angariar 20 mil euros para a reparação urgente das janelas e do escudo que está sobre a porta principal, rachado e em risco de queda, até o presidente da Comissão Europeia e ex-aluno do Camões, Durão Barroso, anunciou que vai doar parte do prémio Europeu Carlos V, que recebeu em meados de Janeiro, para ajudar às obras. Até esta quarta-feira, o director do liceu, João Jaime, ainda não tinha recebido qualquer verba.
O PS considera “lamentável” que o Governo e a Parque Escolar nada tenham dito sobre os relatórios do Laboratório Nacional de Engenharia Civil e da própria Câmara de Lisboa, que atestam o avançado estado de degradação dos edifícios e sublinham os riscos para quem os frequenta. "Foram avaliados os riscos que podem ocorrer pelo protelamento da intervenção na estrutura do edifício?", questionam os deputados. “A escola já foi visitada por muitas entidades mas curiosamente ninguém do ministério da Educação nem da Parque Escolar se interessaram pelo assunto”, critica Rui Paulo Figueiredo, desafiando Crato a visitar o liceu.