Filho de Zuma investigado por acidente de viação que matou uma mulher
Caso ameaça ser novo embaraço para o Presidente sul-africano, que tenta a reeleição a 7 de Maio.
O choque aconteceu ao final da noite de dia 1 de Fevereiro, quando o Porsche 911 conduzido pelo filho de Zuma embateu numa carrinha, em Joanesburgo, mas só agora foi noticiado. Chovia intensamente, mas segundo os jornais Sunday Times e Sunday World, Duduzane, um empresário não foi sujeito ao teste de alcoolemia, apesar das suspeitas que terá sido ele o responsável pela colisão.
“O filho de Zuma matou a minha mulher e eu quero justiça. Não me interessa que ele seja filho do Presidente – a justice é cega e todos devem ser iguais perante a lei”, disse ao Sunday Times Themba Dube, marido da vítima mortal que seguia na carrinha, uma mulher de 30 anos de nacionalidade zimbabweana.
A polícia confirmou a colisão e a abertura de uma investigação, mas recusou identificar os envolvidos. Um porta-voz do Governo não quis também comentar as notícias, mas a Aliança Democrática, o principal partido da oposição, avisou que irá acompanhar as investigações “para garantir que não há encobrimento”.
A confirmar-se que Duduzane agiu com negligência, Zuma terá um novo escândalo a pesar-lhe sobre os ombros na campanha para as eleições gerais – o Presidente anunciou neste sábado que os sul-africanos vão às urnas dia 7 de Maio para eleger um novo Parlamento, a quem caberá depois a escolha do chefe de Estado.
Zuma, no poder desde 2009, não terá dificuldades em ser reeleito, dado o imenso domínio do Congresso Nacional Africano (ANC) sobre a política sul-africana do pós-apartheid. Mas a campanha, realizada ainda no rescaldo da morte de Nelson Mandela, será tudo menos tranquila para o Presidente sul-africano, acusado de ter gasto 13 milhões de euros dos cofres públicos para renovar a residência da família, situada numa zona onde muitos vizinhos não têm sequer água corrente ou electricidade.
Um escândalo a que se juntam denúncias de corrupção a envolver ministros e outros dirigentes públicos, acusações de incompetência feitas às autoridades locais e casos de violência policial como o que, em 2012, terminou com a morte de 34 mineiros em Marikana.