Pais de jovens que morreram no Meco reúnem-se este sábado para decidir “próximo passo”
Conselho de Oficial da Praxe Académica da Universidade Lusófona de Lisboa ainda não deu resposta às perguntas dos pais.
O PÚBLICO noticiou que os pais dos seis jovens que morreram no mês passado, na Praia do Moinho de Baixo, no Meco, depois de terem sido levados por uma onda, contactaram o COPA, e deram aos seus membros até quinta-feira para dizerem o que se passou. A partir daí, afirmou Fátima Negrão, usariam todos os meios para obter respostas, desde jurídicas à divulgação de mais informações para a comunicação social.
Houve apenas um sobrevivente do grupo dos sete que foram passar o fim-de-semana a Aiana de Cima, o então dux do COPA, o chefe máximo da praxe. Os outros seis jovens eram os responsáveis pela praxe na instituição em cada um dos seus cursos. O jovem não falou ainda às autoridades. Foi aberto um inquérito mas deixou de estar com o Ministério Público de Sesimbra e foi avocado ao procurador coordenador do Tribunal da Comarca de Almada, que decretou segredo de justiça. A audição do sobrevivente por parte da Polícia Marítima chegou a estar marcada mas acabou por ser desmarcada devido a esta transferência.
Carlos Poiares, director do Departamento de Psicologia da Universidade Lusófona e o responsável por encaminhar o sobrevivente para um psicólogo da instituição, afirmou ao Diário de Notícias que o jovem não estaria em condições psicológicas para depor. Alguns orgãos de comunicação social chegaram a avançar que existia a hipótese de o Ministério Público chamar o psicólogo a depor em vez do dux, porém, em declarações ao PÚBLICO, Carlos Poiares defende que tal não faz sentido. “O psicólogo é clínico e tem segredo profissional”, sublinha. “A única coisa que o psicólogo pode atestar é se o paciente está ou não em condições de comparecer no tribunal”, remata ainda.
António Soares, o pai de Catarina Soares, uma estudante de 22 anos que estudava Turismo, afirma que a reunião de sábado, que reunirá as seis famílias, estava já agendada e que o seu objectivo é “esclarecer dúvidas, saber qual será o nosso próximo passo e arranjar forma de falarmos a uma só voz. Não queremos atrapalhar o trabalho da justiça.”
Fátima Negrão sublinha que os jovens foram passar o fim-de-semana de 14-15 de Dezembro juntos, de livre vontade, mas uma das grandes dúvidas é se estavam ou não no mar na madrugada de dia 15 e se isso constaria de uma praxe a que estariam a ser sujeitos. com Mariana Oliveira