TAP não autorizou embarque de 11 sírios do Brasil para Lisboa

Grupo tinha passaportes romenos e teria por destino final a cidade francesa de Toulouse.

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O novo incidente segue-se ao dos 74 sírios com passaportes falsos que voaram de Bissau para Lisboa AFP/Nicolas Asfouri

A notícia foi já confirmada pelo porta-voz da companhia aérea, António Monteiro, que explica que o grupo tinha passaportes romenos, de cuja validade o pessoal ao serviço no aeroporto desconfiou. Foi então contactado o consulado da Roménia em Fortaleza, cidade onde estes passageiros tentavam embarcar, tendo-se percebido então que os 11 sírios não sabiam falar romeno. Antes disso, o mesmo grupo já teria tentado chegar à Europa numa companhia aérea italiana, mas não conseguiu lugar nestes voos.

"Na fila de inspecção pelos agentes federais, acabaram chamando a atenção pelos diálogos em árabe e por portarem apenas bagagem de mão", relata o jornal brasileiro O Povo, segundo o qual entre os 11 sírios há um casal de adultos, três crianças e um casal de idosos com mais de 60 anos, além de vários adolescentes. Foram todos levados para a sede da Polícia Federal no Ceará, mas não chegaram a receber ordem de prisão.

"Diante da questão humanitária do país em guerra, houve dúvidas [das autoridades] sobre como registrar a ocorrência — se seriam autuados pela documentação falsa e presos na carceragem ou apenas recolhidos nas instalações da polícia por não terem onde se abrigar em Fortaleza", refere a mesma publicação. A sua rota terá passado pela Turquia, país donde terão voado para o Rio de Janeiro no início do ano. A capital portuguesa seria apenas uma escala para a cidade francesa de Toulouse.

No mês passado, o embarque, forçado pelas autoridades guineenses, de 74 sírios com passaportes falsos de Bissau para Lisboa criou um conflito diplomático entre os dois países que ainda se mantém, tendo a TAP suspendido os voos para aquele destino.

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, afirmou esta semana que o Governo português fará "alguns esforços" para que sejam retomadas as ligações aéreas, "em prol" dos guineenses e dos portugueses.

"Não esqueço que os recentes incidentes que aconteceram em Bissau têm também de ser superados e faremos alguns esforços […] para encontrar as vias para que se restabeleça também aí a normalidade, que é muito desejada", disse o governante, durante uma visita à sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, em Lisboa.

No entanto, acrescentou Rui Machete, é necessário ultrapassar "algumas situações jurídicas derivadas da situação de o Governo [da Guiné-Bissau] ser um governo de facto".

Em Abril de 2012, um golpe militar colocou no poder um governo de transição que não é reconhecido por grande parte da comunidade internacional. O ministro português defende ser "muito importante" a realização de eleições na data prevista, a 16 de Março, para que seja formado "um governo legitimado democraticamente num Estado de direito para realizar a plenitude das suas funções".

"A Guiné ocupa um lugar cimeiro nas nossas preocupações", sustentou Rui Machete. com Lusa

 

 

 

 

 
 
 
 

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