PCP quer avançar com inquérito potestativo aos estaleiros de Viana
Depois de a maioria ter chumbado a comissão de inquérito, a bancada comunista desafiou a restante oposição a avançar com a iniciativa com carácter obrigatório
O anúncio foi feito aos jornalistas por António Filipe, vice-presidente da bancada do PCP, momentos depois do chumbo. "Em face da rejeição da maioria parlamentar, o grupo parlamentar do PCP contactou os partidos com o objectivo de obter as 46 assinaturas necessárias para uma comissão de inquérito potestativa", afirmou o deputado, adiantando que ainda não tem resposta. Com esta iniciativa, que já não depende do PSD/CDS, a bancada comunista espera "superar" a rejeição da maioria que "manifestamente não quer este inquérito".
Para constituir uma comissão de inquérito potestativa são necessárias 46 assinaturas. Somando os deputados do PCP, do BE e PEV, ficam a faltar 22 nomes no PS.
A proposta de comissão de inquérito foi rejeitada em plenário com os votos contra da direita, mas os três deputados sociais-democratas por Viana do Castelo – Carlos Abreu Amorim, Eduardo Teixeira e Rosa Arezes – anunciaram que irão entregar uma declaração de voto.
Embora todos os partidos de esquerda tenham votado juntos a favor da realização da comissão de inquérito, quatro deputados socialistas – Ana Catarina Mendes, Isabel Moreira, Marcos Perestrello e Miranda Calha – abstiveram-se e Isabel Moreira anunciou uma declaração de voto individual.
O PCP pretendia apurar as “responsabilidades dos governos e das sucessivas administrações dos estaleiros de Viana pelas decisões que conduziram ao desmantelamento dessa unidade industrial”.