A maioria dos espanhóis quer que o rei abdique
Imagem do príncipe Felipe é positiva, mas a de Juan Carlos desvalorizou-se muito.
Juan Carlos está no trono espanhol há 38 anos, e já foi um dos soberanos mais amados, respeitado pelo seu papel na transição democrática em Espanha, após a morte do ditador Francisco Franco. Mas a sua popularidade é cada vez menor, e a família real foi tocada pelos escândalos de corrupção que abalam a sociedade espanhola.
Na terça-feira, o juiz que tem conduzido a investigação sobre o caso da Fundação Nóos, dirigida pelo genro do rei Iñaki Urdangarin anunciará se vai ou não imputar a infanta Cristina, a filha mais nova de Juan Carlos, por branqueamento de capitais e delitos fiscais.
Há um ano, apenas 47,7% dos espanhóis achavam que tinha chegado a hora de Juan Carlos passar o trono ao seu herdeiro, Felipe, de 45 anos, embora o rei já tivesse sofrido um sério abalo à sua imagem depois de ter caído e fracturado a anca durante um safari de caça ao elefante no Botswana – uma viagem de luxo, paga por financiadores privados, numa altura em que todo o país vivia sob forte austeridade.
No fim de 2013, segundo a sondagem Sigma Dos feita a 1000 pessoas através de chamadas telefónicas e publicada pelo El Mundo, apenas 41,3% dos espanhóis tinham uma opinião boa, ou muito boa do rei – há dois anos, 76% diziam isto. A maioria tem uma visão má, muito má ou normal deste reinado (56,2%).
Os espanhóis mais jovens, que não têm a experiência de viver sob a ditadura de Franco, são os que mais estão a favor da abdicação. O príncipe Felipe tem uma imagem positiva para 66% dos espanhóis.