Violência na Tailândia para tentar travar eleições antecipadas

O escrutínio, previsto para Fevereiro, devia ser adiado, sugere um membro da comissão eleitoral.

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A polícia respondeu com gás lacrimogénio e balas de borracha à violência dos manifestantes Athit Perawongmetha/Reuters
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A violência ocorreu quando milhares de manifestantes enfrentaram as forças de ordem que os impediam de entrar no estádio de Banguecoque onde estavam a decorrer as inscrições dos candidatos às eleições. O estádio ficou cercado por manifestantes o que obrigou vários responsáveis da comissão eleitoral a abandonarem o local de helicóptero.

“Não conseguimos organizar eleições livres e justas nestas circunstâncias”, disse Prawit Rattanapien, membro da comissão eleitoral tailandesa, que recomendou um adiamento da votação.

A decisão de adiar o escrutínio (proposto como uma saída para a crise que se prolonga há já dois meses) pertence ao Governo. Mas este recusa ceder à pressão da oposição e cita a Constituição que diz que as eleições se devem realizar nos 60 dias após a dissolução do Parlamento, ou seja, até ao dia 9 de Fevereiro de 2014.

A primeira-ministra, Yingluck Shinawatra, enfrenta a pressão de uma mobilização popular que não dá sinais de enfraquecer e tem levado às ruas de Banguecoque mais de 150 mil pessoas quase diariamente.

A oposição exige a sua demissão, acusando-a de ser uma marioneta do irmão, Thaksin Shinawatra, ex-primeiro-ministro que vive no exílio desde que foi afastado num golpe de Estado, em 2006. Nas ruas pede-se a substituição do Governo por um “conselho do povo” não eleito, que estaria em funções durante 18 meses antes da realização de novas eleições.

A oposição, que não vence eleições há 20 anos, anunciou na semana passada que vai boicotar o escrutínio de Fevereiro.
 

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