Falta de voos directos de Bissau para Portugal impede saída de doentes
Pessoas precisavam de viajar deitadas e não foram aceites por outras companhias. Nenhuma corre risco de vida.
Conduto de Pina, proprietário da Guinetours, uma das mais antigas agências de viagens de Bissau, disse que os doentes deviam ter viajado nas últimas 48 horas, mas as outras companhias não aceitam transportá-los, uma vez que necessitam de viajar deitados, ocupando, desta forma, mais lugares no avião. Sem especificar qual a condição dos doentes, esclareceu que não correm perigo de vida.
"Nenhuma companhia vai aceitar levar pessoas, daqui para Dacar [capital do Senegal, a cerca de uma hora de avião] e de lá para Lisboa, deitadas, pois precisaria de cinco lugares", disse Conduto de Pina, dono da agência Guinetours. Acrescentou que compreende a decisão, uma vez que, neste período do ano, "é muito difícil viajar".
O proprietário da Guinetours afirma que "muita gente não tem noção" dos prejuízos que o país irá ter com a falta de voos directos entre Bissau e Lisboa. Apontou o exemplo de medicamentos que deviam chegar ao país nos últimos dias, mas que não foram entregues, por falta de voos directos. "As pessoas não fazem ideia do custo que é fazer escala em Abidjan, Casablanca, Praia ou Dacar para chegar ou sair de Bissau", enfatizou Conduto de Pina.
O empresário pediu "bom senso" aos guineenses que, disse, deviam fazer "um exame de consciência" perante o que diz ser "um risco enorme" se a comunidade internacional passar a catalogar a Guiné-Bissau como ponto de passagem de emigrantes ilegais.
A TAP decidiu cancelar os voos entre a Guiné-Bissau e Portugal na sequência do embarque forçado pelas autoridades guineenses de 74 passageiros com passaportes falsos, no voo de terça-feira, para Lisboa. Como alternativa, está a fretar aviões da Air Senegal entre Bissau e Dacar, onde existem ligações directas da TAP para Lisboa.