No Grande Porto, reciclar passa a dar direito a descontos em bens e serviços

Projecto-piloto da Lipor chega a cinco mil utilizadores de dois ecocentros e da Linha Ecofone.

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A deposição nos ecocentros dará pontos, conforme o tipo e peso dos resíduos entregues Nelson Garrido

Este projecto-piloto da Lipor, que tem como parceira a Sociedade Ponto Verde, estende para a área da reciclagem um conceito que enche as nossas carteiras de cartões plastificados. A diferença é que premeia quem dá (resíduos, no caso), e não quem compra. Em todo o caso,  tal como outros, poderá incluir descontos em combustíveis, admitiu o gestor da iniciativa, Emanuel Monteiro. As parcerias comerciais ainda não estão fechadas, mas se não chegar a acordo com uma das petrolíferas, a empresa multimunicipal poderá entregar vales com os respectivos descontos a quem tiver pontos para isso.

O funcionamento do cartão, que começará a ser entregue este mês, é simples. Se alguém depositar num ecocentro três quilos de papel, são-lhe creditados oito pontos, por exemplo. O valor de cada depósito está especificado no regulamento, em www.lipor.pt/pt/servicos/cartoes-de-fidelizacao/ecoshop/. No mesmo documento está indicado que tipo de material pode ser depositado: baterias, embalagens contaminadas, entulho, esferovite, lâmpadas, madeira, monstros não metálicos, óleos alimentares e minerais, papel/cartão, pilhas, plásticos, roupa, resíduos de equipamentos eléctricos e electrónicos, sucatas, tinteiros e toners, vidro e restos de verdes.

Em troca dos pontos, um conjunto de empresas aceitou dar benefícios aos melhores “fornecedores” da Lipor. Que são distribuídos em quatro categorias, por “nível de consciência ambiental”: até 250 pontos, até 500, até mil e acima de 5000. Os mais “recicladores” podem chegar a ganhar um tablet ou um telemóvel de tipo smartphone. Emanuel Monteiro espera que as parcerias venham a incluir a área do retalho e de serviços como oficinas de reparação automóvel, pois a ideia, assume, é que os benefícios toquem nas “necessidades básicas do dia-a-dia” das pessoas, ajudando-as a poupar enquanto cuidam do ambiente.  

O gestor do projecto explica que o projecto-piloto vai durar um ano, período findo o qual será avaliada a sua continuidade. Para o levar a cabo, a empresa que tem como accionista oito municípios da região instalou leitores de cartões nas áreas de depósito dos dois ecocentros, e software para gestão dos pontos e respectivos aderentes. Não há mais custos, nota Emanuel Monteiro, assinalando que a equipa do projecto – que nasceu de um concurso de ideias – é interna. 
 

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