"O processo está a ser bastante rápido, mas não me atrevo a falar em datas”, disse ao PÚBLICO, numa breve conversa telefónica, a partir de Macau.

Segundo explicou à Lusa um responsável das áreas protegidas namibianas, Colgar Sikopo, todos os corpos foram “levados para Rundu, capital da região de Kavango, a 300 quilómetros do local do acidente”. De seguida, serão levados para a capital da Namíbia, Windhoek.

“Há perícias e exames a fazer, que podem ser mais ou menos complexos. Não sei até que ponto isso atrasará o processo”, disse José Cesário, não confirmando que o processo de trasladação possa iniciar-se já na segunda-feira.

O secretário de Estado disse ainda que alguns familiares das vítimas manifestaram intenção de viajar para a Namíbia.

O Governo português não confirma ainda a identidade dos seis portugueses (um dos quais luso-brasileiro), embora os nomes já tenham começado a ser conhecidos.

O Sporting anunciou no sábado que uma das pessoas que seguiam a bordo do avião da LAM que fazia a ligação entre Maputo e Luanda era “o antigo atleta do andebol do Sporting, José Carlos Soares”.

Entre as vítimas estavam também António Soares Nunes, de 65 anos, e o seu sobrinho, António Silva Nunes, de 45 anos, dois empresários de Estarreja com negócios na área da construção em Angola e Moçambique, adianta o Diário de Notícias.

Outros dos portugueses vitimados eram Bernardo Soares, de 50 anos, que presidia uma empresa de transportes internacionais em Angola, e Luís Fernandes, de 40 anos, que estava há dois anos a desenvolver negócios em Maputo.

O Governo brasileiro, por sua vez, já tinha confirmado a identidade de Sérgio Soveral, um luso-brasileiro de 37 anos, que estava à frente de uma empresa de transporte de mercadorias com sede em Rio Maior e sucursais em Moçambique, Angola e Médio Oriente.

Segundo a LAM, seguiam no avião dez cidadãos moçambicanos, nove angolanos, cinco portugueses, um francês, um chinês e um brasileiro (que também detinha nacionalidade portuguesa).

De acordo com o Jornal de Angola, o inspector-geral do Ministério das Finanças, Manuel João Landa, o músico Action Nigga e o Dj Maskarado estão igualmente entre as vítimas mortais do avião da LAM. Também morreram no acidente as inspectoras Domingas Freire dos Santos e Almejada Laura Vatuva, que regressavam de Maputo, após a conferência anual das Inspecções Gerais da CPLP.

Segundo a agência Lusa, a LAM informou hoje que o comandante do Embraer 190 das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), que se despenhou na sexta-feira, tinha 9.053 horas de voo, das quais 1.395 ao serviço de aeronaves daquele tipo.

 "A sua licença de piloto aéreo foi renovada a 12 de abril de 2012 e a sua última inspecção médica foi feita no dia 02 de setembro de 2013", afirmou Marlene Manave.

Segundo a administradora-delegada das LAM, o co-piloto tinha no total 1.408 horas de voo, teve a sua mais recente validação de licença a 08 de setembro deste ano e última inspecção médica a 28 de setembro 2013.

Marlene Manave acrescentou que o Embraer 190 e os seus motores tiveram a sua mais recente inspecção no dia 28 de novembro do ano corrente, tinham uma inspecção de rotina de 14 em 14 dias, após 120 horas de voo, e a revisão do aparelho era feita no Brasil.

O voo TM 470 das Linhas Aéreas de Moçambique saiu de Maputo às 11h26 de sexta-feira, e deveria ter aterrado na capital angolana às 14h10 locais (mais uma hora do que em Lisboa), o que não chegou a acontecer. Caiu no Parque Nacional de Bwabwata, na Namíbia, perto da fronteira com Angola e o Botswana.

A bordo seguiam 33 pessoas, 27 passageiros e seis tripulantes. As causas do acidente estão ainda por apurar. Contactado pelo PÚBLICO, o vice-director da Agência Nacional de Aviação Civil da Namíbia e responsável pelos serviços meteorológicos, F. Uirab, disse que a organização se ia reunir-se neste domingo de manhã e recusou-se a prestar mais declarações, confirmando apenas que as caixas negras foram encontradas.

Notícia actualizada às 16:08 com informações sobre o número de horas de voo do piloto.