Porquê criar uma nova forma para medir o desemprego?

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PÚBLICO

É nesse sentido que se olha para os NEET, jovens que não estão empregados (desempregados e inactivos), nem frequentam qualquer actividade de educação ou formação. O Instituto Nacional de Estatística começou agora a publicar este indicador.

É uma outra forma de analisar o problema do desemprego, tradicionalmente medido pela taxa de desemprego jovem, e que lhe dá uma dimensão bastante diferente. O indicador tradicional corresponde à relação entre os jovens desempregados (estudantes e não estudantes) e a população activa jovem. A taxa de NEET contabiliza os jovens que estão efectivamente desocupados (não estudam, não estão em formação e não estão a trabalhar), tendo como denominador o total da população jovem (activa e inactiva).

O resultado entre os dois indicadores é substancialmente diferente. Enquanto a taxa de desemprego entre os jovens até aos 24 anos era, no final de 2012, de 37,7%; a taxa de NEET para este grupo era de 14,1%. Mas tanto num caso como no outro, a evolução de 2008 para cá tem sido crescente.

A necessidade de criar um indicador adicional que “apanhe” os jovens que estão efectivamente desocupados surgiu nos anos 1980 no Reino Unido, na sequência de uma reforma do regime de protecção no desemprego. Desde então, a expressão foi ganhando importância e entrou definitivamente no léxico dos países europeus com o deflagrar da crise económica e o aumento de um fenómeno que era residual e que ameaça tornar-se estrutural.

Os recentes pacotes de emprego aprovados por Bruxelas frisam sempre a necessidade de reduzir as “dramáticas” taxas de desemprego juvenil e de jovens NEET. O principal objectivo é criar vias para o regresso ao sistema de ensino ou formação e facilitar o contacto com o mercado de trabalho. Em Portugal estão em curso programas como o Impulso Jovem e a Garantia Jovem, que pretendem dar respostas aos jovens desempregados e arredados do mercado de trabalho e da escola.
 
 

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