“Vivemos um momento de viragem económica”, reitera Pires de Lima
Ministro da Economia, que está a ser ouvido no Parlamento, esta terça-feira, diz que o tempo se encarregará de comprovar o “novo ciclo de retoma”.
Numa intervenção em que elencou alguns dos últimos indicadores económicos, como a redução da taxa de desemprego (para 15,6% no terceiro trimestre) e o aumento das exportações (4% nos primeiros nove meses do ano), Pires de Lima referiu que, “mesmo tendo consciência das dificuldades que muitos portugueses ainda atravessam (…), esta viragem económica é seguramente um forte motivo de esperança”.
O ministro da Economia afirmou que não vê “grande vantagem em alimentar uma discussão retórica porque o tempo é o melhor aferidor da realidade”. “Teremos ao longo deste trimestre e do ano a oportunidade de verificar se aquilo que o Governo tem vindo a anunciar, o início de um novo ciclo de retoma económica, tem aderência à realidade ou se, pelo contrário e como parece acreditar a oposição, todos estes sinais não passam de uma mera ilusão conjuntural”, disse.
Em reacção, o deputado socialista Rui Paulo Figueiredo referiu que o país “está muito longe do milagre económico que o senhor ministro anunciou”, acrescentando que o PS “não aceita a cantilena propagandística de que não reconhece sinais positivos” e que o partido “também está orgulhoso dos portugueses e dos empresários, apesar dos erros do Governo”.
Rui Paulo Figueiredo confrontou Pires de Lima com algumas das medidas que têm vindo a ser anunciadas pelo executivo, mas que não foram ainda postas em prática, como a criação do banco de fomento; ou que têm gerado críticas, como é o caso do programa Revitalizar (associado à recuperação de empresas pré-insolventes por via judicial).
O deputado socialista assumiu que existem “algumas ténues melhorias” dos indicadores económicos, mas destacou que, apesar da redução da taxa de desemprego, a população empregada desceu 2,2% face a 2012, e ainda que os combustíveis foram novamente determinantes para o aumento das exportações.
“Não acho que o PS esteja em condições de me dar lições de seriedade política”, respondeu Pires de Lima, enumerando os diferentes sectores que viram a venda de bens ao estrangeiro crescer até Setembro. “Não se irritem porque este é o comportamento real das empresas portuguesas”, afirmou.
Pires de Lima acabou por admitir que “há ainda muito por fazer”. E, por isso, apelou directamente “ao PS e aos restantes partidos” para a criação de “uma agenda económica” para o país.