Autoridades portuguesas ponderam reabrir investigação ao caso Maddie
PJ não confirma nem desmente realização de pedido formal ao Ministério Público. PGR opta pelo silêncio.
Várias fontes adiantaram que essa ponderação estava a ser feita pelo menos no seio da Polícia Judiciária, não tendo o PÚBLICO conseguido confirmar se um pedido formal já foi entregue ao Ministério Público. Fonte da direcção nacional da PJ não confirmou nem desmentiu a existência desta solicitação, admitindo que hoje poderá haver esclarecimentos sobre este caso. Já a Procuradoria-Geral da República (PGR) não respondeu às várias perguntas feitas pelo PÚBLICO.
A confirmar-se, o pedido de reabertura será resultado do trabalho de mais de ano e meio de reanálise do processo levado a cabo por uma equipa da PJ do Porto. Um grupo de quatro inspectores liderados pela coordenadora de investigação Helena Monteiro – que nunca haviam contactado com o inquérito evitando assim qualquer contaminação na apreciação – terão identificado testemunhas que nunca foram inquiridas enquanto o processo esteve a decorrer, até Julho de 2008.
O PÚBLICO sabe que os elementos da PJ do Porto já se deslocaram várias vezes ao Algarve para recolher elementos e realizar diligências informais, que permitirão sustentar a necessidade de reabrir o caso. A reabertura do inquérito é a única forma de que a PJ dispõe para inquirir formalmente essas testemunhas.
O trabalho destes inspectores não se confunde com o de outra equipa de seis inspectores da delegação da PJ de Faro que está há mais de um mês a realizar as diligências solicitadas pelas autoridades britânicas, no âmbito de um pedido de cooperação internacional.
A reanálise do processo volta a centrar a investigação na tese de rapto, a principal linha seguida pela Scotland Yard, que também abriu uma investigação ao desaparecimento de Maddie. A equipa da PJ do Porto terá ficado convicta dessa tese perante a observação cuidada de toda a informação existente no processo.
A polícia britânica divulgou na semana passada dois retratos-robô de um homem, que foi visto no dia do desaparecimento da menina inglesa, perto das 22h, por duas testemunhas com uma criança loira ao colo, a descer uma rua perto do aldeamento onde a família estava alojada.