Herrera foi tão decisivo quanto Hulk
Os “dragões” somaram a segunda derrota em casa para a Liga dos Campeões e complicaram as contas do apuramento.
Depois de jogar pouco mais de dez minutos contra o Áustria Viena como suplente utilizado, o mexicano foi promovido na recepção aos russos, mas a sua estreia a titular na prova destacou-se por um registo negativo. O médio protagonizou a expulsão por duplo amarelo mais rápida de sempre da Liga dos Campeões.
Aos 5’, travou em falta uma arrancada longa e perigosa de Hulk e, cerca de um minuto depois, na marcação do livre correspondente, o árbitro italiano Paolo Tagliavento considerou que saiu da barreira antes do tempo e voltou a mostrar-lhe o cartão amarelo. Uma vitória deixaria o FC Porto em boa posição no grupo — e os “azuis e brancos” nunca deixaram de a procurar —, mas o empate passou a ser um objectivo aceitável para o encontro, dadas as circunstâncias.
Paulo Fonseca fez recuar Josué no campo e contou com a capacidade do português, de Fernando e de Lucho González para equilibrar as contas. Mangala fez uma grande exibição e os atacantes tiveram que cobrir mais terreno do que é normal. O FC Porto equilibrou a posse de bola, fez mais remates, mas caiu numa altura em que o cansaço nos seus jogadores era notório.
Hulk, que viu Helton negar-lhe o golo momentos antes, cruzou da esquerda para Kerzhakov inaugurar o marcador, aos 86’. Depois de terem ganho os quatro jogos realizados em casa na época passada, na Liga dos Campeões, os “dragões” não conseguiram, na actual, nenhum ponto nos dois encontros caseiros que já realizaram e têm agora menos um ponto do que o Zenit, que teve os portugueses Danny e Luís Neto a titulares, e menos seis do que o líder destacado Atlético Madrid.
Hulk, ameaça constante
A primeira grande oportunidade do jogo, aos 11’, pertenceu ao Zenit e a Hulk, autor de 77 golos com a camisola portista. O remate do esquerdino, claramente o homem que deu mais trabalho aos seus antigos colegas, saiu ligeiramente ao lado. À equipa russa, de resto, aconteceu o que por vezes acontecia no FC Porto, com os colegas de Hulk a ficarem muitas vezes à espera que o brasileiro resolvesse sozinho.
Mas o FC Porto não se retraiu e Lucho enviou uma bola ao ferro, com um remate poderoso de fora da área — Licá não conseguiu emendar a recarga para a baliza (20’). Os portistas remataram mais até ao intervalo, mas essa foi a sua melhor oportunidade na primeira metade, enquanto Shirokov esteve perto de marcar pela oitava vez a equipas portuguesas aos 39’, mas o seu remate em arco não acertou no alvo.
Licá, Lucho e Jackson Martínez deram conta das intenções portistas no arranque da segunda parte, mas depois ganhou destaque o duelo entre Hulk e Helton. Um dos capítulos principais aconteceu quando o avançado roubou a bola a Otamendi, se isolou e teve tudo para marcar, mas o guarda-redes defendeu com os pés para fora (57’). Depois, tentou de livre directo (65’ e 73’) e esteve perto de abrir a contagem aos 70’, mas Helton reagiu a tempo.
Varela, lançado em campo aos 53’ para o lugar de Licá, quase abriu o marcador aos 79’, com um remate espontâneo de fora da área que levou a bola a embater na barra. Mas quem não falhou foi Kerzhakov (também ele saído do banco), o mesmo avançado que apontou o único golo da vitória da Rússia sobre Portugal no apuramento para o Mundial 2014. O FC Porto ainda conseguiu fazer um último forcing — o guarda-redes Yuri Lodygin negou o empate a Ghilas, após um canto, enquanto um remate de Jackson Martínez foi desviado por um defesa —, mas não conseguiu marcar.
A equipa portuense já fez 11 jogos contra equipas da Rússia e só perdeu dois, ambos com o Zenit. A derrota anterior também tinha ficado marcada por uma expulsão evitável, em cima do intervalo, na altura de Fucile.