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Novos protestos marcados em simultâneo com a concentração da CGTP em Alcântara

CGTP não assume responsabilidades pela acção de protesto que quer bloquear o porto de Lisboa.

A convocatória deste novo protesto, que dá pelo nome de “Fazer pontes, ocupar a rua, parar o porto de Lisboa”, é “aberta e múltipla”, “sem porta-vozes nem dirigentes”.

De acordo com o texto, publicado no blogue http://bloqueioportolx.wordpress.com/ e no Facebook, este colectivo pretende bloquear o terminal de Alcântara do porto de Lisboa depois da concentração da CGTP-IN, interromper a circulação de mercadorias e apoiar a greve dos estivadores, que começa às 8h00 de domingo.

“É mais que sabido que as pessoas saem para a rua e não são ouvidas, portanto o que queremos é parar e afectar o capital, que é a única coisa que lhes interessa [ao Governo]. Talvez assim nos oiçam”, explicou ao PÚBLICO Guilherme Príncipe, uma das muitas pessoas que estão a participar na mobilização que pretende bloquear o porto.

“Queremos parar um processo de precarização, reforçando a luta concreta no porto de Lisboa. Queremos fazer crescer outras lutas, noutros sectores da economia, noutras áreas da vida. Queremos dizer bem alto que o problema é a exploração e a acumulação obscena de recursos por uns poucos. Queremos dizê-lo numa linguagem que não possa mais ser ignorada. Queremos parar a economia e colocá-la nas nossas mãos.” É desta forma que a convocatória põe a nu os seus motivos e objectivos.   

“Nesta mobilização, não há movimentos em si, há pessoas que estão envolvidas em partidos, outras que só se manifestam por aquilo que se está a passar agora no país… É uma acção que envolve vários colectivos”, esclareceu ao PÚBLICO Guilherme Príncipe. “O objectivo é que se multipliquem as acções de protesto até à queda do Governo”, rematou.

Segundo Guilherme Príncipe, que recusa a ideia de ser o porta-voz desta iniciativa e se identifica como “um de muitos”, a acção de protesto que se vai seguir à concentração em Alcântara promovida pela CGTP, é uma acção não-violenta que pretende recriar o bloqueio do porto de Oakland, nos Estados Unidos da América, em 2011. “A acção não é uma acção violenta. Até porque nós nos propomos a bloquear o porto de Lisboa. Bloquear e ocupar são coisas diferentes. Não há vontade nenhuma em tornar isto num protesto violento, até porque não é assim que se resolvem os problemas”, argumentou.

O PÚBLICO contactou a CGTP para tentar perceber o envolvimento da Intersindical no bloqueio do porto de Lisboa. Armando Farias, coordenador do grupo de trabalho que organiza as manifestações do sindicato, assumiu que “a CGTP não tem conhecimento de nada disso, nem tinha de ter, porque é uma iniciativa anónima. Portanto, descartamos qualquer responsabilidade em relação a esse protesto”.

Por outro lado, Guilherme Príncipe confirmou ao PÚBLICO que o colectivo que quer bloquear o porto pretende “mostrar solidariedade em relação aos protestos da CGTP e conjugar esforços para derrubar o Governo, a troika e as políticas de austeridade”.
 
 

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