Secretário de Estado português diz não ser necessário apaziguar ânimos entre Portugal e Angola
Luís Campos Ferreira está de visita a Angola.
Luís Campos Ferreira, que falava à Lusa e RTP à chegada ao início da manhã a Luanda para uma visita de trabalho de dois dias, salientou que a estada visa dar "um forte contributo" para a realização da Cimeira Portugal/Angola, e para desenvolver o "novo ciclo do programa de cooperação" bilateral.
"Não é necessário apaziguar os ânimos, nem é o caso. Esta é uma visita que tem um planeamento de há 15 dias atrás, três semanas", acrescentou Luís Campos Ferreira.
Ao longo dos dois dias, o governante português tem agendados encontros com cinco ministros e cinco secretários de Estado angolanos.
"Terei nestes dois dias uma agenda muito preenchida (…) Estarei também com o senhor ministro das Relações Exteriores e por isso vamos dar aqui um novo impulso. Vamos fortalecer aquilo que é a cooperação entre Portugal e Angola em sectores tão diversos. É dentro desse quadro de normalidade e dentro de um registo de bem-estar que esta visita acontece”, afirmou.
Relativamente a artigos de opinião que apareceram nos últimos dias na imprensa dos dois países a questionar a qualidade da relação bilateral, Luís Campos Ferreira disse que as relações entre os dois governos, "como é sabido e conhecido de toda a gente, são excelentes relações".
"As relações entre o povo português e o povo angolano são relações excelentes, de grande afecto e grande carinho", adiantou.
Quanto aos efeitos da entrevista que o chefe da diplomacia portuguesa deu à Rádio Nacional de Angola, Luís Campos Ferreira considerou que o assunto está "esclarecido".
"Isso está esclarecido. Na ida do senhor ministro dos Negócios Estrangeiros ao Parlamento português está tudo esclarecido. As relações são normais, estamos a trabalhar no fortalecimento dessas relações numa situação normal", frisou.
Quanto à data para a realização da cimeira, o secretário de Estado disse que terá "novidades" antes de regressar a Lisboa.
A visita de Luís Campos Ferreira coincide com um momento de particular tensão nas relações luso-angolanas, que envolve o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Rui Machete.
Entrevista à Rádio Nacional de Angola, o ministro pediu desculpa a Angola por investigações do Ministério Público português a empresários angolanos, o que já levou os partidos da oposição a pedirem a sua demissão.