Associação de pensionistas critica corte de rendimento a grupo "muito frágil"

Para o MURPI, a medida é grave porque os cortes serão acumulados com outros cortes e agravados com a taxa de solidariedade e com o IRS

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O isolamento dos idosos é considerado um dos grandes problemas de Vila Real Paulo Pimenta

A medida “é muito gravosa, porque tem como alvo os pensionistas viúvos ou viúvas”, afirmou Casimiro Menezes à agência Lusa, acrescentando que, “numa situação de fragilidade deste grupo social, o Governo pretende ir ao bolso deles e retirar-lhe parte do rendimento, agravando mais as condições de vida destes pensionistas”.

O ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social confirmou no domingo o corte, em 2014, nas pensões de sobrevivência, quando acumuladas com uma segunda reforma, sem esclarecer qual o patamar mínimo a partir do qual será feito esse corte.

Segundo Pedro Mota Soares, a medida permitirá ao Estado uma poupança de 100 milhões de euros, sendo que o que está a ser discutido "é a introdução de uma condição de recurso", como a que já existe para os apoios sociais como o abono de família e o complemento solidário de idosos.

Para o presidente do Movimento Unitário dos Reformados, Pensionistas e Idosos (MURPI), a medida ainda é mais grave porque os cortes “serão acumulados com outros cortes e agravados com a taxa de solidariedade e com o IRS, que vai ser agravado no próximo Orçamento do Estado”.

Medidas que, como sublinhou, “vão contribuir para que os pensionistas e reformados tenham cada vez menos rendimentos e cada vez maiores dificuldades para resolver problemas relacionados com saúde e com mobilidade”.

Por isso, o MURPI pretende “dar uma resposta pública”, pedindo “audiência aos órgãos de soberania”.

O Estado gasta 2700 milhões de euros em pensões de sobrevivência, prestações atribuídas a viúvas e viúvos para compensar a perda de rendimentos de trabalho resultante da morte do cônjuge.