E se uma aplicação de telemóvel evitasse a morte das baleias?
Objectivo é saber por onde andam as baleias, para que as rotas de navegação não passem por lá.
Deste modo, será possível evitar as colisões entre as embarcações que atravessam estas águas e as baleias. “A aplicação Whale Spotter está actualmente a ser testada nos santuários [marinhos] da Costa Oeste dos Estados Unidos, para aumentar os registos de avistamentos de baleias [naquela zona]”, diz ao PÚBLICO Brad Winney, fundador da empresa Conserve.IO, que lançará a aplicação.
Poderá ser utilizada pelos cidadãos, que, assim, contribuem para estudos científicos e a recolha da grande quantidade de dados necessária, que de outra forma seria impossível de reunir. “Esta aplicação é a oportunidade para os cidadãos-cientistas – pessoas que adoram estas águas – contribuírem para a conservação das baleias nos santuários, conferindo-nos mais olhos na água”, considera Jackie Dragon, da organização ecologista Greenpeace, citada pela agência Reuters.
A aplicação Whale Alert, lançada em Abril de 2012, foi a primeira deste tipo a ser lançada, especialmente concebida para ser utilizada por embarcações comerciais na costa atlântica dos Estados Unidos. Também pode ser utilizada por navegadores ocasionais, nesta zona, de forma a evitarem as áreas mais importantes para a baleia-franca, espécie considerada em perigo pela União Internacional para a Conservação da Natureza.
Em Junho, baseando-se em novas informações sobre as rotas migratórias das baleias, os cientistas propuseram a alteração de três rotas de navegação para a baía de São Francisco, segundo a Reuters.
“A seu tempo, haverá uma integração destas duas aplicações, permitindo que as empresas de transporte marítimo possam usar o Whale Alert também para a recolha de registos de avistamentos”, revela Brad Winney, responsável pelo desenvolvimento das duas aplicações, reforçando que a ideia é ter uma base de dados global que possa ser usada em todo o mundo.
“Esperamos que o público veja isto como uma grande oportunidade de ajudar a cuidar destas águas e nos ajude a proteger as baleias”, conclui Jackie Dragon.