“BES continuará fortemente envolvido na criação de grande empresa multinacional de língua portuguesa”

Ricardo Salgado destaca o facto de o centro de decisão da nova empresa resultante da fusão entre a PT e a Oi ser partilhado entre portugueses e brasileiros.

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Ricardo Salgado foi constituído arguido no processo Monte Branco enric vives-rubio

Os termos do memorando de entendimento assinado entre a PT e a Oi com vista à criação da CorpCo prevêem que, uma vez concretizada a operação, os accionistas portugueses fiquem com 38,1% da nova empresa.

O BES e a Ongoing são os dois principais accionistas da PT, com participações de 10,12% e 10,05%, respectivamente. Entre os portugueses destacam-se ainda a CGD (6,31%), a Visabeira (2,64%) e a Controlinveste (2,28%).

Em declarações nesta quarta-feira a propósito do anúncio do entendimento para a fusão entre a PT e a Oi, o presidente do BES recorda que o banco tem “raízes accionistas na área das telecomunicações portuguesas que são anteriores ao próprio grupo PT”, referindo-se à Marconi, mas que na PT tem sido accionista de referência “desde a primeira hora”.

“A operação hoje anunciada é o culminar de uma estratégia em que o Grupo BES (BES e BESI) esteve, e continuará, fortemente envolvido e que irá determinar a criação de uma grande empresa multinacional de língua portuguesa”, sublinha Ricardo Salgado.

O banqueiro considera que a parceria que irá contribuir para o reforço das relações entre Portugal e o Brasil, salientando que garante “o centro de decisão partilhado entre accionistas brasileiros e portugueses”, mas com liderança executiva de um português (Zeinal Bava).

A PT e a Oi vão criar um “player global com considerável potencial de desenvolvimento no mercado mundial”, refere Ricardo Salgado, acrescentando que se “associa o know-how português a uma maior capacidade de investimento no mercado internacional”.

A combinação dos negócios da Portugal Telecom e da Oi resultará na criação de um operador de telecomunicações que cobrirá uma área geográfica com cerca de 260 milhões de habitantes e cerca de 100 milhões de clientes, sublinhou a PT no comunicado enviado nesta quarta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) onde divulga os pormenores do memorando de entendimento.

“A transacção consolidará a posição das duas sociedades como o operador líder nos países de língua portuguesa, liderando em todos os mercados em que opera”, acrescenta o comunicado.

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