"Yankees, go home." Venezuela expulsa diplomatas dos EUA por "sabotagem"

“Fora da Venezuela! Yankees, go home’, fora. Basta de abuso”, disse o Presidente Nicolás Maduro, num inflamado discurso. Diplomatas acusados de incentivarem sabotagem econónima. Embaixada rejeita alegações.

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Presidente Maduro acusa EUA de fomentarem sabotagem económica em conluio com a oposição AFP

 “Fora da Venezuela! Yankees, go home’, fora. Basta de abuso”, disse Maduro, segunda-feira, num inflamado discurso, numa cerimónia militar, no estado de Falcón, noo Noroeste. A declaração foi transmitida pela televisão.

Os funcionários têm 48 horas para deixar o país.

A encarregada de negócios, Kelly Keiderling, actualmente a funcionária de mais alto nível dos EUA em Caracas, é um dos três diplomatas expulsos, segundo a página da representação na Internet. Fonte da embaixada contactada pela AFP disse que os outros dois – Elizabeth Hoffman e David Moo – fazem parte da secção política.

É a segunda vez, em poucos meses, que o Governo venezuelano expulsa diplomatas norte-americanos. Em 5 de Março, horas depois do anúncio da morte do Presidente Hugo Chávez, foram expulsos dois adidos militares acusados de promoverem “projectos desestabilizadores”.

O Presidente venezuelano disse no discurso de segunda-feira que as autoridades acompanham há meses a actividade dos diplomatas e acusou-os de se reunirem “com a extrema-direita” para a financiar e “estimular acções de sabotagem do sistema eléctrico e a economia”. Mas não especificou as acusações.

“Não importam as acções que o Governo Barack Obama tome”, disse Maduro, que se referiu à administração de Washington como “governo imperial”. “Temos suficientes provas sobre a atitude hostil, ilegal, intervencionista de vários funcionários da embaixada dos Estados Unidos [...]. Já chega de abusos contra a dignidade de uma pátria que quer paz”, acrescentou.

A televisão estatal divulgou supostas provas contra os diplomatas: imagens de jornais que mostram viagens ao interior da Venezuela e listas de passageiros de voos e fotografias em aeroportos. Segundo a estação, os diplomatas reuniram-se com membros de partidos e dirigentes da oposição, para planear “acções desestabilizadoras” e “avaliar estratégias” com vista às eleições municipais marcadas para 8 de Dezembro.

“Rejeitamos completamente as alegações do Governo venezuelano, de envolvimento em qualquer tipo de conspiração para desestabilizar o Governo da Venezuela”, reagiu a embaixada norte-americana. Estados Unidos e Venezuela não têm embaixadores nas respectivas capitais desde 2010, embora Washington seja um dos principais compradores de petróleo ao país sul-americano.

Maduro, que assumiu o poder em Abril deste ano, acusou diversas vezes a oposição de estar por trás de apagões e dos problemas económicos da Venezuela, que se acentuaram nos últimos meses. Mas é a primeira vez que acusa directamente diplomatas norte-americanos de promoverem essas acções.

No dia 3 de Setembro, uma falha eléctrica deixou cerca de 70% do território venezuelano sem luz durante várias horas. Nos últimos meses, a escassez de alimentos e de outros produtos aumentou, o que é atribuído por Maduro a uma “sabotagem” da oposição que, de acordo com o Governo, pretende fomentar protestos sociais. 

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