Instituto Nacional da Habitação recebeu 60 mil pedidos de ajuda de arrendatários

Estado “preguiçoso” não se preparou para lidar com a situação das famílias com rendas congeladas, acusa presidente do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana.

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Assocção de empresas de mediação defende importância do programa de vistos gold para o sector. PÚBLICO/Arquivo

“Já lidamos com mais de 60 mil situações que nos foram reportadas”, afirmou, no 42.º congresso internacional da UIPI (Union Internationale de la Propriété Immobilière), que decorre em Lisboa.

“O que é espantoso é que, depois de tantas décadas” com controlo de rendas, hoje “não sabemos onde estão e como estão as famílias que beneficiaram do congelamento”. “Nunca o Estado se preparou para lidar com esta realidade. O Estado preguiçoso transferiu para os senhorios essa responsabilidade”, disse, na abertura do congresso.

O Instituto Nacional da Habitação está a fazer um levantamento das famílias, adiantou Vítor Reis, afirmando ainda que, no actual contexto, os senhorios estão descapitalizados e as famílias num beco sem saída. “Muitas destas pessoas são idosas e não se prepararam” para a actualização das rendas, disse.

Vítor Reis lembrou ainda que o paradigma da habitação própria está arruinado e se há 20 anos Portugal tinha um défice de meio milhão de habitações, agora tem 735 mil casas vazias. “Temos um resultado desastroso, não conseguimos facilitar o acesso das pessoas às rendas”, criticou.

Na sessão de abertura do encontro, Statos Paradias, presidente da UIPI, que representa mais de cinco milhões de proprietários em 27 países europeus, pediu o fim das medidas de austeridade e do aumento de impostos que diz serem “a receita para o desastre da nossa sociedade e da nossa economia”. Uma ideia aplaudida também por Luís Menezes Leitão, presidente da Associação Lisbonense de Proprietários.

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