Vice-presidente da Câmara do Porto acusa Menezes de não ter limites e de “falta de vergonha”
Vladimiro Feliz reagia à conferência de imprensa da candidatura do PSD desta quarta-feira, na qual se ouviram críticas ao modelo de gestão de Rui Rio e onde foi afirmado que o PSD “quer manter a autarquia no ‘ranking das 20% mais equilibradas do país, do ponto de vista económico e financeiro’” e “que pretende ‘assegurar o pagamento permanente a todos os fornecedores de bens e serviços, bem como a empreiteiros de obras públicas, dentro dos prazos previstos na lei’”.
“O mínimo que se pode dizer destas afirmações, vindas da boca de quem vêm, é que o candidato (deste PSD) não conhece limites para o despudor, a mentira e a falta de vergonha. Porque se fosse sincero, então Luís Filipe Menezes teria de responder a questões tão simples como estas: Por quê, então, levou as contas da Câmara de Gaia ao descalabro que se conhece?” “Por quê, então, a sua gestão em Gaia, ao fim de 16 anos, apresenta prazos médios de pagamento a fornecedores de 234 dias, aproximadamente oito meses (…)? Contribuindo desta forma para o desespero e o sufoco financeiro de tantos deles”.
O vice-presidente da câmara do Porto pergunta ainda a Luís Filipe Menezes “por quê, então, foi obrigado a pedir o ‘resgate financeiro’ da câmara ao poder central?” No comunicado, Vladimiro acusa o candidato social-democrata de se “converter, de repente, em bom pagador e autarca de boas contas, depois de tantos, tantos (e tantos) anos a desbaratar o dinheiro público”. E deixa uma última pergunta: “Por quê, então, continua a desbaratar, quase diariamente, dinheiro da autarquia de Gaia para pagar propaganda política na imprensa, sem limites nem decoro?” “Já basta!”, afirma.
“Para estes senhores, que espantosamente continuam receber o apoio (deste PSD), é perfeitamente aceitável destruir o legado político e o espírito social-democrata, enterrando-o tão fundo, ao ponto de milhares de militantes se verem vilipendiados por tanta falta de carácter e dignidade pessoal”.
“Por mim, não posso silenciar tanta revolta interior (…). Mas não posso sobretudo, deixar que os cidadãos do Porto sejam tratados como mentecaptos, imbecis ou simples analfabetos políticos. Não! Os cidadãos do Porto hão-de reconhecer que não são quaisquer vendedores de promessas que os enganam ou manipulam, as suas consciências como por várias vezes deram provas na histórica da cidade e do país”, sublinha ainda o comunicado difundido esta noite.
Vladimiro Feliz não poupa o economista Ricardo Valente, número cinco da lista de Menezes, que também usou da palavra na conferência de imprensa para anunciar as regras gerais de gestão económico-financeira da Câmara do Porto para o quadriénio 2014/2017. Diz o vice-presidente da Câmara do Porto que Ricardo Valente teve a “veleidade de dizer que ‘o Porto não pode continuar a ser a cidade das contas certas com base em nada feito’ e que a candidatura que integra assenta ‘numa política económica e financeira sustentável, mas que não torne a cidade pobre com os cofres cheios’”. E pergunta: “Em que cidade tem este senhor vivido para não ver o que está à vista de todos, como é reconhecido internacionalmente e demostrado pelos vários galardões e distinções que o Porto tem recebido nas mais diversas áreas?”.