“A área ardida anda à volta de 50 hectares, não há danos materiais relevantes a apontar, com excepção de alguns anexos de habitação”, disse aos jornalistas Miguel Albuquerque, no final de uma reunião da Comissão Municipal de Protecção Civil, no quartel dos Bombeiros Municipais do Funchal, na qual se decidiu accionar o Plano Municipal de Emergência.
Miguel Albuquerque, que interrompeu as férias para acompanhar a situação dos incêndios, adiantou que arderam dois por cento do Parque Ecológico do Funchal, com uma área de 1012 hectares.
O responsável explicou que a decisão de activar o Plano Municipal de Emergência de Protecção Civil surgiu depois do aparecimento de três novos incêndios, “simultaneamente”, que alastraram o fogo da freguesia do Monte à de São Roque.
“[O plano] é um elemento muito importante porque permite conjugar um conjunto de procedimentos com um conjunto de entidades que são fundamentais no combate e na prevenção dos fogos”, justificou o responsável máximo da Protecção Civil no concelho.
O autarca considerou o aparecimento dos novos focos – no Galeão, na Cova e no Sítio da Alegria - uma situação “muito estranha”, o que, no seu entender, “aponta para fogo posto”.
“Esses focos surgem espontaneamente, tudo aponta para fogo posto mas não posso confirmar”, declarou, referindo que a situação obrigou a deslocar novamente meios, incluindo da Cruz Vermelha Portuguesa e do Exército, “com intervenção de 100 homens”.
O presidente do município admitiu que estes incêndios “ainda [às 19h40] não estão circunscritos”, pelo que é uma “zona de combate prioritária”.
“Vamos ter uma noite novamente de trabalho, de prevenção e combate destes fogos. Vamos ver como o tempo evolui, estamos muito condicionados ao vento”, reconheceu, garantindo: “A nossa prioridade será a salvaguarda da integridade física das pessoas e das suas habitações”.
No caso dos fogos que estão controlados e em fase de rescaldo, no Monte, os bombeiros vão fazer prevenção porque neste momento nada está garantido, admitiu, alertando: “Neste momento não há populações em perigo mas há o potencial de o fogo poder alastrar muito rapidamente, basta o vento aumentar”.
Confrontado com críticas relacionadas com a ausência de limpeza de terrenos em espaço urbano, Miguel Albuquerque referiu que se tratam de áreas privadas, observando que há no concelho outras condicionantes que facilitam a propagação do fogo, como as plantas infestantes.
O incêndio começou às 2h30, na freguesia do Monte, e destruiu alguns anexos e palheiros, além de mato e área florestal, tendo-se agravado ao início da tarde, passando para as zonas altas da freguesia de São Roque, onde surgiram novos focos.
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