PS diz que há “tentativa vil e soez” do PSD de envolver Seguro nos swap
Socialistas respondem com comunicado violento ao desafio do líder parlamentar do PSD, que apelou directamente a Seguro para se pronunciar.
"O PSD através do seu líder parlamentar protagonizou um lamentável momento de política rasteira e destituída de qualquer dignidade pessoal ou política", acusou o PS em comunicado. "Foi uma tentativa vil e soez de envolvimento do secretário-geral do PS no processo dos swaps apesar de ser público e notório que nada o liga ao processo", acrescenta a nota divulgada pelo gabinete de imprensa socialista.
Os socialistas realçam que "em nenhum momento" António José Seguro participou em "qualquer processo político ou desempenhou qualquer função remotamente relacionada com a negociação de swaps entre instituições financeiras e o Estado português".
Instigado pelo líder da bancada parlamentar social-democrata a dizer o que pensa sobre a assumida participação do seu assessor económico nas reuniões com o Citigroup em que esta instituição financeira apresentou uma proposta que previa que os valores da dívida e do défice públicos fossem alterados, o PS considera que Óscar Gaspar já prestou "todos os esclarecimentos relativamente a esta matéria".
Esta nota do PS mostra que o discurso entre os dois partidos está a tornar-se particularmente violento. Os socialistas acusam o PSD de ter cedido à "táctica da política rasteira", demonstrando estar "contaminado pelo desespero e pela desorientação deste Governo".
"Nenhuma táctica desprezível sobre todos os pontos de vista esconderá o descalabro deste Governo", aponta o PS, que defende que "quem deve esclarecimentos ao país é o primeiro-ministro" sobre se mantém ou não a confiança política na equipa das Finanças, que inclui "pessoas que contrataram swaps, que faltou à verdade no Parlamento e que nomeia vendedores de swaps para o desempenho de funções ao serviço da República".
Os socialistas deixam novamente a ideia de que a equipa de Maria Luís Albuquerque "está eticamente ferida de morte".
O PS realça ainda que "defendeu desde a primeira hora o apuramento da verdade", inclusivamente apoiando a constituição da comissão parlamentar de inquérito à celebração de contratos de gestão de risco financeiro por empresas do sector público que começou a fazer audições em Junho. E promete combater "todas as cortinas de fumo criadas para condicionar o apuramento dos factos relevantes".