O New York Times não está à venda

“Vai a nossa família tentar vender o Times? A resposta é não”, dizem os proprietários.

Foto
Os Ochs-Sulzberger são proprietários do jornal desde 1896 Mario Tama/AFP

“Vai a nossa família tentar vender o Times? A resposta é não”, escrevem Arthur Sulzberger e Michael Golden, presidente e vice-presidente do grupo, numa carta enviada aos funcionários, onde dizem compreender “as especulações” e a “preocupação” gerada pelas recentes notícias. “O Times não está à venda e os membros do Fundo Ochs-Sulzberger e o resto da família estão unidos para trabalhar com a direcção e os funcionários e conduzir o New York Times a um futuro internacional e digital”.

A carta explica que a família Ochs-Sulzberger ficou muito surpreendida com a notícia da venda do Washington Post. “Surpresa não chega para descrever; ficámos estupefactos. Falámos com Don Graham e ele sublinhou o seu desejo de colocar o Washington Post nas mãos de alguém que ele e a sua família acreditam ser o mais bem posicionado para o ajudar a crescer, a prosperar e a competir no mercado global e digital”, lê-se na carta.

“É triste ver uma grande família como os Graham abandonar o Post, uma publicação pela qual o Times tem muito afecto e com a qual partilha tanto”, escrevem ainda os proprietários do jornal de Nova Iorque.

Os Graham, que eram donos do Washington Post há quatro gerações, venderam o diário a Jeff Bezos, fundador e patrão da Amazon, por 250 milhões de dólares (186 milhões de euros). Agora, os Ochs-Sulzberger, proprietários do New York Times desde 1896, são a última dinastia a controlar um grande jornal norte-americano.

A família espera que o Washington Post continue a fazer-lhe concorrência. “Ainda que o Times vá continuar a competir com eles pelas grandes histórias, esperamos pela saúde do jornalismo de qualidade e de uma cidadania informada que Jeff Bezos prossiga a tradição de excelência alcançada pelos Graham nas oito décadas da sua administração.”

Na carta, Arthur Sulzberger aproveita para defender que o modelo de subscrição introduzido pelo Times – depois de ter chegado aos 10 artigos por mês, o leitor tem de pagar uma assinatura para ler mais artigos – “fixa os padrões para a indústria e põe-nos no caminho certo”. A empresa, assegura, “é lucrativa” e o Times tem “as ideias e o dinheiro suficientes para ir em busca da inovação”.

Sugerir correcção
Comentar