Manifestantes destroem agências bancárias em São Paulo
Protestos contra corrupção continuam no Brasil.
Em São Paulo, os manifestantes bloquearam a circulação na avenida Paulista, o centro da cidade, e exigiram a demissão de Sérgio Cabral num protesto pacífico até ao momento que uma dúzia de anarquistas tomaram a dianteira da manifestação e começaram a fazer estragos.
A polícia entrou em acção e recorreu ao uso de gás lacrimogéneo para dispersar o grupo de cerca de 300 manifestantes. As televisões mostraram imagens de jovens com os rostos tapados a destruirem as montras das agências bancárias e de lojas com barras metálicas. O jornal Estado de São Paulo, na sua edição online, avança que cerca de 13 agências bancárias foram destruidas. Segundo a AFP, os manifestantes mais radicais também incendiaram um veículo da cadeia de televisão Record e destruiram um concessionário de automóveis.
Muitos manifestantes, incluido a organização, abandonou o protesto devido à violência. "Não apoiamos nenhum tipo de destruição do património público ou privado", declarou, quase em lágrimas, Alexandre Morgado, 29 anos, da organização, ao Estado de São Paulo.
Doze manifestantes chegaram a ser retidos pela polícia mas foram libertados pouco tempo depois.
Protesto queria chegar ao palco do Papa
Ao mesmo tempo, no Rio de Janeiro a poucos metros de onde o Papa se encontrava com milhares de jovens de todo o mundo, cerca de 500 pessoas manifestaram-se pacificamente e sob vigilância policial para exigirem a demissão do governador da cidade que acusam de corrupção.
O Estado de São Paulo revela que o protesto tentou encaminhar-se em direcção ao palco principal da Jornada Mundial da Juventude, o que gerou alguma confusão entre os peregrinos e os manifestantes separados apenas por gradeamento.
"Todo mundo aqui está buscando a paz e esse pessoal está tumultuando. O [governador] Cabral não está aqui e o Papa não é chefe desse Governo. Não pode fazer nada", questionou Nathalie Pontes, uma peregrina, ao Estado de São Paulo.
"Queremos mostrar ao mundo os problemas que existem no Brasil e pedimos perdão aos peregrinos", disse, por sua vez, Sérgio Murillo, 23 anos, um dos participantes, à AFP.
"Eles têm o direito de se manifestar e não ofendem o Papa", considerou a peregrina Cláudia Portela, também ouvida pela AFP.