Bolívia queixa-se de "atentado" contra Morales à Organização de Estados Americanos
O governo boliviano acusou na semana passada vários países europeus, incluindo Portugal, de terem impedido a entrada no seu espaço aéreo ou a aterragem para uma escala técnica do avião de Morales, por "suspeitas infundadas" de que Edward Snowden, ex-consultor dos serviços secretos norte-americanos, estaria a bordo. O presidente boliviano seguia de Moscovo para La Paz.
"Consideramos muito grave (...) o atentado de que foi vítima o presidente Evo Morales depois de cumprir uma missão oficial em Moscovo", afirmou o ministro da Presidência boliviano, Carlos Romero, no início da sessão do Conselho Permanente da OEA.
O ministro representou em Washington o seu país na reunião da OEA solicitada pela Bolívia, Equador, Nicarágua e Venezuela.
A Bolívia, com o apoio dos outros três países, vai apresentar na reunião um projeto de resolução para que a OEA condene "as actuações claramente violadoras de normas e princípios básicos do direito internacional".
A proposta de resolução, citada pela agência Efe, exige "aos Governos de França, Portugal, Itália e Espanha explicações e desculpas sobre as causas que motivaram o cancelamento das autorizações de sobrevoo e/ou aterragem do avião presidencial".
Snowden é acusado pelos Estados Unidos de espionagem, depois de ter feito revelações sobre um programa de vigilância global norte-americano a comunicações telefónicas e na internet.
O informático norte-americano, que inicialmente foi dos Estados Unidos para Hong Kong, está desde 23 de Junho na zona de trânsito do aeroporto moscovita de Sheremetyevo à espera de uma solução diplomática que evite a sua extradição para os Estados Unidos.