“Esta é uma luta pela dignidade de quem vive e trabalha em Portugal”

O líder da CGTP diz que os motivos da greve dizem respeito a todos. Carlos Silva, da UGT, aconselha o Governo a ouvir a “rua” e deixa uma ameaça.

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Arménio Carlos Nuno Ferreira Santos
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Carlos Silva Nuno Ferreira Santos

Arménio Carlos, secretário-geral da UGT, acusa o Governo e as suas políticas de estarem a desestruturar a sociedade portuguesa e a “pôr em causa a coesão social e nacional”. Uma das palavras de ordem para a greve e manifestações que deverão pontuar nas capitais de distrito de todo o país é, precisamente, exigir a demissão do Governo.

Embora reconheça que é difícil encontrar alternativa, diz que o país não se pode “resignar à tese da inevitabilidade de que não há outra solução do que manter este Governo”.

Numa entrevista ao PÚBLICO, o secretário-geral da CGTP apela à participação de todos, porque, defende as políticas em curso estão “a comprometer o presente e a desestruturar o futuro de todos, sem excepção”.

“Esta é uma luta que diz respeito a todos: aos trabalhadores, aos pensionistas e reformados, aos desempregados, aos jovens. O dinheiro é importante, mas não compra a nossa dignidade. Esta é uma luta pela dignidade de quem vive e trabalha em Portugal”, justificou.

Também o secretário-geral da UGT, entrevistado pelo PÚBLICO, apela aos trabalhadores para que saiam da sua zona de conforto e ultrapassem os seus medos.

“As pessoas têm que tomar uma decisão em consciência. Tenho medo e vou trabalhar ou apesar de ter medo vou defender o que é meu. Porque se não defender hoje o que é meu não vou passar entre os pingos da chuva incólume. O que nos acontecer de mau a partir do dia 27 acontecerá a todos os portugueses e não apenas aos sindicalizados”, frisou.

Na primeira greve geral que promove enquanto líder da UGT, Carlos Silva lança um apelo ao Governo para que ouça a rua e dê sinais de que está disposto a inverter as políticas de austeridade e a retomar o diálogo com os parceiros sociais.
“A rua tem que ser ouvida e respeitada, porque a rua também vota de quatro em quatro anos. O drama é perceber se o Governo está sensível”, disse na entrevista.

Carlos Silva defende que os mandatos são para cumprir até ao fim e que “não se passa do negro ao cor-de-rosa de um dia para o outro”. Mas se Passos Coelho mantiver a obstinação pelas políticas de austeridade, a UGT ameaça juntar a sua voz à da CGTP para pedir a sua demissão. “Ou há alteração imediata das políticas do Governo ou então não restará outra solução do que a UGT juntar a sua voz ao coro de muitos portugueses”, justificou.

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