Destruídos 43 ninhos de vespa asiática no Alto Minho desde Dezembro
A Protecção Civil de Viana do Castelo apelou à população, no início do ano, para participar a detecção de novos casos de ninhos de vespa asiática na região.
“Temos 43 casos de ninhos participados e todos eles já foram destruídos. No entanto, podemos estar a falar de um número superior, tendo em conta não existir qualquer obrigatoriedade de nos participarem essas ocorrências”, explicou o Comandante Operacional Distrital de Operações de Socorro (CODIS) de Viana do Castelo, Armando Silva.
Segundo este responsável, o “grosso” dos ninhos desta vespa – maior e mais perigosa do que a nacional e que representa uma ameaça à produção de mel – já detectados situou-se no concelho de Viana do Castelo, com 34 casos identificados e destruídos. Seguem-se os concelhos de Ponte de Lima (quatro) e Caminha (três), além de Vila Nova de Cerveira e Ponte da Barca, com dois casos casa.
Um novo ninho terá sido detectado no sábado na freguesia de Sá, em Monção, precisamente à entrada da sede da junta local. “Tudo indica que será mais um caso, mas ainda estamos a estudar a situação”, disse Armando Silva. Devido à presença deste ninho, o acesso à sede daquela junta de freguesia foi “vedado” pela autarquia, como medida de precaução, enquanto este não é removido.
A Protecção Civil de Viana do Castelo apelou à população, no início do ano, para participar a detecção de novos casos de ninhos de vespa asiática na região mas “sem alarmismos”. As autoridades já previam, na altura, um aumento do número de casos nos meses seguintes, à semelhança da progressão da espécie registada em França e Espanha.
Desde Dezembro de 2012 que a coordenação das operações de identificação e destruição de ninhos de vespa asiática na região está a cargo da Protecção Civil do distrito, sendo a destruição assegurada normalmente pelos bombeiros, com recurso a lança-chamas adaptados.
A presença desta vespa já se fez sentir em concelhos como Barcelos e Vila Verde, no distrito de Braga.
Segundo Miguel Maia, técnico da Associação Apícola Entre Minho e Lima (Apimil), além do problema da biodiversidade, ao “prejudicar a alimentação” de outras espécies, trata-se de uma vespa “mais agressiva”. “Faz com que as abelhas não saiam para procurar alimento, porque estão a ser atacadas, enfraquecendo assim as colmeias, que acabam por morrer”, explicou, na ocasião. Ainda assim, admite que não sejam um “perigo imediato” para os seres humanos. “Só se forem lá mexer”, disse.
A vespa velutina é originária do Sudoeste da Ásia e foi introduzida na Europa através do porto de Bordéus, em França, no ano de 2004. “De então para cá, já conquistou um terço do território francês e colonizou parte do Norte de Espanha, em 2010. No ano seguinte a presença foi detectada em Portugal”, explica a Apimil.