FMI diz que "teria feito o mesmo" no primeiro resgate à Grécia
Instituição diz que relatório que fala de erros não traduz uma posição oficial.
"O relatório avalia como se podiam ter feito as coisas de maneira diferente. Mas, neste momento, com a mesma informação, teríamos feito o mesmo", afirmou Gerry Rice, porta-voz do Fundo, na sua conferência de imprensa diária, respondendo às perguntas dos jornalistas sobre o documento divulgado na quarta-feira em que o FMI reconhece "falhanços notáveis" no primeiro programa de resgate da Grécia.
No entanto, Gerry Rice afirmou que "há que recordar a intensa crise da Grécia, em muitos casos sem precedentes, e que era preciso actuar rapidamente", enfatizando que "é importante avaliar o contexto".
Além disso, acrescentou, o relatório do FMI sobre o primeiro resgate à Grécia, aprovado em 2010 juntamente com a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu, supõe "um olhar para o passado" e que "o novo programa internalizou as lições do primeiro".
A Comissão Europeia disse hoje "discordar fundamentalmente" de algumas das conclusões do relatório divulgado na véspera pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que reconhece alguns "falhanços notáveis" no primeiro plano de resgate à Grécia.
Questionado sobre o documento do FMI, o porta-voz dos Assuntos Económicos alegou que o relatório foi elaborado "por alguns técnicos do FMI" e não reflecte uma "posição oficial" da instituição, com quem, asseverou, o executivo comunitário mantém uma "relação de trabalho construtiva", incluindo no programa de assistência a Portugal.
Sublinhando que Bruxelas discorda de várias (e importantes) conclusões do documento, como a questão da reestruturação da dívida grega, Simon O’Connor garantiu ainda que o mesmo não alterará a forma de trabalho no seio da 'troika', considerando que a UE e o FMI estão a trabalhar muito bem, incluindo nos casos dos outros países sob programa de assistência financeira, designadamente Portugal e Irlanda.