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Actual pessimismo é tão errado como optimismo do passado, diz Poiares Maduro

O início do discurso do ministro ficou marcado pelos protestos de vários manifestantes, que pediram a demissão do executivo.

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Poiares Maduro defendeu que “nenhum actor político responsável pode excluir a procura de consenso" Miguel Manso

“Hoje vivemos um tempo que para muitos é de pessimismo e descrença no futuro. Que contrasta com o entusiasmo dos anos que precederam a crise financeira”, começou por dizer o ministro, na ‘Grande Conferência JN’, no Porto, nesta segunda-feira, acrescentando que “a euforia em que vivemos era errada”, tal “como estão errados hoje os que se entregam ao pessimismo e à descrença”.

“O pessimismo e a descrença actuais participam do mesmo problema da euforia passada: um desencontro com a realidade, que só pode distorcer a forma como olhamos para o futuro, talvez prejudicando-o”, sustentou Miguel Poiares Maduro.

Para o ministro, “se o optimismo descuidado dos anos que precederam a crise não tinha razão de ser e foi mesmo pernicioso (...), o mesmo se pode dizer do pessimismo de hoje”.

Poiares Maduro apelou ao debate “com base nos factos, antes de os substituir por supostos argumentos”, defendendo haver “razão para acreditar no futuro”, uma vez que “muito já foi feito”.

“Negá-lo (...) é desencontrarmo-nos outra vez com o presente e perder uma vez mais de vista o futuro, é miopia de sinal contrário à euforia injustificada do passado”, criticou.

Para o governante, é necessário também melhorar a “cultura política” e a qualidade do espaço público, sublinhando que há que “discutir mais políticas públicas e menos táctica política” e que o Governo deve “contribuir para um debate público mais informado e com maior substância”.

Poiares Maduro defendeu também que “nenhum actor político responsável pode excluir a procura de consenso, sob pena de eliminar uma dimensão fundamental da política”.

O início do discurso do ministro ficou marcado pelos protestos de vários manifestantes, que pediram a demissão do executivo.

No final, e questionado pelos jornalistas, Poiares Maduro voltou a dizer que “as pessoas têm direito a protestar” e referiu que “os protestos são naturais, sobretudo são naturais no contexto de um Governo que tem de aplicar medidas que são difíceis”.