Os pontos essenciais do relatório da OCDE

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) alerta que os riscos de retoma económica na zona euro ainda são visíveis.

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A OCDE prevê um aumento do desemprego na zona euro para 12,1% este ano Tobias Schwarz/Reuters

– A retoma é diferente entre os vários países, com os EUA a crescerem mais depressa do que as outras grandes economias da OCDE. O crescimento na zona euro continuará a ser penalizado pelos efeitos da crise, a consolidação orçamental dos países e as fragilidades no crédito. O crescimento do Japão será irregular e os mercados emergentes evoluirão de forma divergente.

– O mercado de trabalho deverá evoluir de forma positiva nos EUA e no Japão, enquanto na zona euro o desemprego deverá continuar a subir, para 12,1% este ano e 12,3% no próximo. Para a OCDE, são necessárias reformas estruturais para evitar que o desemprego cíclico se transforme em estrutural.

– A inflação deverá subir nos EUA e a política monetária do Japão deverá substituir a deflação por uma inflação moderadamente positiva. Em contraste, a inflação na zona euro deverá manter-se muito baixa, variando entre as grandes economias emergentes.

– Os estímulos económicos nos Estados Unidos, com uma política monetária assente em compras de activos, deve ser gradualmente reduzida. Para a OCDE, é também necessária uma flexibilização adicional da política monetária na zona euro, com taxas de juros baixas tanto quanto possível e compras de activos.

– Os países devem continuar a tentar cumprir os seus compromissos de consolidação orçamental. Nos Estados Unidos, os cortes automáticos de despesa devem ser menos prejudiciais ao crescimento e é necessário pôr em prática um plano orçamental credível de longo prazo. Para a organização, permanecem riscos do lado das políticas orçamentais, que, no caso dos Estados Unidos, estão relacionados com a incerteza sobre o “sequestro orçamental”.

– No Japão, a consolidação orçamental deverá começar em 2014, como planeado, e é necessário um plano orçamental de médio prazo para manter a confiança dos mercados. Já na zona euro, a consolidação estrutural deve continuar a um ritmo mais lento, permitindo que, até 2014, haja uma diminuição dos rácios da dívida no espaço da moeda única.

– Os riscos para a retoma económica da zona euro ainda são visíveis, apesar de terem diminuído com as medidas tomadas pela autoridade monetária da moeda única, o Banco Central Europeu. Alguns acontecimentos podem desencadear interacções adversas entre os bancos menos capitalizados. A OCDE defende que é necessário um fortalecimento de reformas para reduzir estes riscos, incluindo a aceleração da construção de uma união bancária. Segundo a organização, as reformas estruturais continuam a ser cruciais para enfrentar os desequilíbrios económicos entra o centro da Europa e a periferia, embora tenham sido registados alguns progressos nos países mais fragilizados.

– Nos mercados de dívida, um risco identificado pela OCDE tem a ver com um cenário de instabilidade perante uma eventual retirada de medidas de política monetárias não convencionais tomadas para combater a crise.

– Um risco partilhado tanto pelos países da OCDE como pelas economias emergentes é que o crescimento se tenha tornado  mais incerto desde o início da crise global.
 

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