Governo já se reuniu com as seis empresas que subscreveram swaps especulativos

Administrações da Metro de Lisboa, Carris, Metro do Porto, STCP, CP e Egrep foram recebidas no Ministério das Finanças.

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O PÚBLICO apurou que a Egrep, gestora das reservas nacionais de produtos petrolíferos que a auditoria concluiu ter subscrito um swap tóxico, foi a primeira a ser recebida, ainda no final da semana passada. No encontro estiveram presentes a secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque, e o secretário de Estado da Energia, Artur Trindade.

Na segunda-feira, foi a vez deas administrações das empresas públicas de transportes envolvidas na polémica serem recebidas, individualmente, no Ministério das Finanças. Além de Maria Luís Albuquerque, que tem estado a liderado este processo, a reunião contou também com o secretário de Estado das Obras Públicas e Transportes, Sérgio Monteiro.

No sector dos transportes, a auditoria, conduzida pela Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP), detectou swaps tóxicos em cinco empresas: Metro de Lisboa, Metro do Porto, Carris SCTP e CP. A maioria dos produtos considerados especulativos foi subscrita pelas duas primeiras transportadoras.

Estes encontros serviram para dar mais informações sobre a auditoria e o andamento do processo aos gestores que estão hoje à frente das seis empresas classificadas como “explosivas” e que abriram um buraco de cerca de 2600 milhões de euros com a contratualização destes instrumentos.

As negociações iniciadas há dois meses e meio pelo Governo com o objectivo de diminuir este “buraco” permitiram um acordo com três dos oito bancos que comercializaram swaps tóxicos: Barclays, Crédit Suisse e Nomura. Com este entendimento, foram liquidados 14 produtos especulativos, diminuindo as perdas potenciais em cerca de 400 milhões. Houve ainda um corte de 100 milhões com a denúncia de contratos swap tradicionais, não tendo sido ainda possível apurar quantos.

Outras três instituições financeiras (Deutsche Bank, Goldman Sachs e BNP Paribas) pediram ao Governo uma extensão do prazo negocial até à passada sexta-feira. No entanto, houve um novo adiamento, não se sabendo ainda quando será conhecido o desfecho destas conversações. Estes três bancos são responsáveis pela venda de swaps tóxicos com perdas potenciais de 500 milhões de euros, mas será difícil ao executivo garantir um corte integral deste risco.

Há ainda outras duas instituições, o Santander e o JP Morgan, com as quais não foi possível um entendimento. O Governo decidiu, por isso, avançar para tribunal contra os dois bancos, que são responsáveis pelas perdas potenciais mais elevadas: cerca de 1700 milhões (a maior fatia cabe ao Santander).

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