Ex-presidente da UGT critica nova direcção por estar de “mão estendida” à CGTP

João de Deus questiona estratégia da central sindical, que diz estar a viver um momento preocupante.

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Carlos Silva sucedeu a João Proença, que esteve 18 anos à frente da UGT Rui Gaudêncio

Durante um encontro dos Trabalhadores Sociais-Democratas (TSD) com o primeiro-ministro, em Lisboa, João de Deus questionou a formulação utilizada por Carlos Silva, novo secretário-geral da UGT, no congresso da central sindical em Abril, quando garantiu que estará “sempre, sempre, sempre do lado dos trabalhadores”.

A posição assumida por Carlos Silva, garantindo que o “superior interesse nacional” deve ser a defesa dos direitos dos trabalhadores, levou agora João de Deus a lançar críticas ao secretário-geral que sucede a João Proença: “A UGT está sempre ao lado dos trabalhadores. Será que nunca esteve?”.

Quando assumiu a liderança da UGT, a 21 de Abril, no congresso onde foi eleito por  quase 89% dos delegados, Carlos Silva criticou a postura do Governo na Concertação Social e exigiu mudanças de políticas. Assegurou que a central – que assinou o acordo de concertação em Janeiro de 2012 – continua disponível para dialogar, mas deixou um aviso: “Não o faremos a qualquer preço”. E quer também dar mais visibilidade à acção da central na rua e nas empresas.

Agora, João de Deus, sucedido no cargo de presidente da UGT por Lucinda Dâmaso, criticou a actual direcção por ter pedido uma reunião à CGTP e dito que quer dar um novo impulso às relações entre as duas organizações sindicais, numa linha que disse ser de “mão estendida”. E, perante o desafio lançado por Carlos Silva à Intersindical, que se mostrou disponível para dialogar, João de Deus questiona: “Que tipo de estratégia é esta?”.

O sindicalista, actual presidente da mesa do congresso da UGT, lembrou ainda que “a UGT é o resultado de um conjunto de tendências” e insurgiu-se contra “o sindicalismo partidário e de bota-abaixo”.