João Galamba diz que é Cavaco Silva quem deve um pedido de desculpas
O Deputado do PS, que afirmou nesta quinta-feira que o Presidente da República "endoidou", mantém as críticas e frisa que a expressão foi usadas nas redes sociais.
João Galamba falava nesta sexta-feira à agência Lusa, depois de o PSD, por intermédio da deputada Francisca Almeida, ter exigido um “pedido de desculpas formal” do PS pelas declarações “de falta de respeito pessoal e institucional” que um “destacado deputado” socialista [João Galamba] fez a propósito do discurso proferido por Cavaco Silva na sessão solene do 25 de Abril na Assembleia da República.
“São declarações que consideramos que de falta de respeito pessoal e institucional pelo senhor Presidente da República e que cremos que merecem um pedido de desculpa do próprio e do PP, um pedido de desculpas formal que esperamos que aconteça, se não antes, pelo menos no decurso deste congresso”, afirmou Francisca Almeida, vice-presidente do grupo parlamentar do PSD.
Galamba contrapôs: “Quem deve um pedido de desculpas é o Presidente da República, que quinta-feira insultou os portugueses, a democracia e o 25 de Abril de 1974. O que fez na quinta-feira no Parlamento foi de uma enorme gravidade, porque no dia em que se celebra a libertação de um povo de uma ditadura, em que se celebra a soberania democrática e liberdade, o mais alto magistrado da nação disse no Parlamento, a casa da democracia, que as eleições deixaram de ter qualquer relevância”.
Confrontado com os protestos por ter usado a palavra “endoidou” para caracterizar a intervenção do chefe de Estado, João Galamba disse que usou essa expressão “no Twitter e no Facebook”.
ldquo;Usei essa expressão porque o Presidente da República afirmou uma coisa contraditória: que era preciso cumprir integralmente o Tratado Orçamental da União Europeia, mas também era preciso combater a austeridade, o que é uma contradição. Endoidou pode não ter sido a expressão mais feliz do mundo, mas foi dita num contexto muito especial, nas redes sociais. O ponto grave não foi essa expressão, mas o discurso do Presidente da República”, justificou.