Cavaco congratula-se com encontro entre Seguro e Passos Coelho
Presidente reclama há largos meses por um “consenso nacional” e tem apelado ao entendimento entre os maiores partidos.
Em Bogotá, na Colômbia, onde Cavaco Silva se encontra de visita oficial, o chefe de Estado foi questionado pelos jornalistas sobre este encontro mas não se quis alongar em comentários.
“Eu tenho vindo a defender de forma muito forte o consenso político entre as forças que estão de alguma forma ligadas ao acordo de assistência financeira”, frisou o Presidente, justificando que considera "decisivo, repito, decisivo, para que Portugal ultrapasse as dificuldades, [que se] dê alguma resposta ao drama do desemprego e consiga regressar aos mercados”. Por tudo isso, acrescentou, “essa notícia [da reunião entre Seguro e Passos] só pode merecer da minha parte congratulação”.
A reunião, marcada para as 10h30 desta quarta-feira em São Bento, foi pedida por Pedro Passos Coelho ao secretário-geral do PS, por carta (PDF, aqui). Na missiva, onde o primeiro-ministro afirma que a actual situação de Portugal exige um “diálogo e um entendimento alargados sobre as medidas que devem ser adoptadas” para que se possa alcançar um “largo consenso nacional” para o cumprimento das obrigações acordadas com a troika.
Ainda há duas semanas, o Presidente da República lamentava o “afastamento” progressivo, registado nos últimos tempos, entre a oposição e a coligação do Governo”, considerando que tal “não é bom para Portugal”.
“Eu tenho sido a pessoa no campo político que em Portugal mais tem defendido a aproximação, o entendimento, entre as forças partidárias e, em particular, as que estão comprometidas com o acordo celebrado com as instituições internacionais”, dizia então Cavaco Silva, realçando que tem falado com os dirigentes destes partidos, e não se constrangendo de apontar o dedo ao PS por insistir em se manter num plano afastado, recusando o diálogo.
A reunião Passos-Seguro antecede um outro encontro entre o PS e a troika, agendada para as 12h, em Lisboa. A direcção do PS aceitou o convite de Passos Coelho, argumentando que o "o diálogo político e institucional é uma das marcas identitárias" do partido, mas vê o convite do primeiro-ministro como uma encenação.
O PÚBLICO viaja a convite da Presidência da República