Incidentes nas presidenciais da Venezuela
Havia menos afluência às urnas nas primeiras horas da votação e isso notava-se, sobretudo, nas zonas da oposição.
Algumas declarações reproduzidas pelos meios de comunicação logo às primeiras horas remetiam para campanha em dia de eleições. “Vamos reafirmar o caminho que [Hugo] Chávez nos indicou, aqui estão os seus homens e as suas mulheres”, expressou, por exemplo, Freddy Bernal, histórico do PSUV, que apoia a candidatura de Nicolás Maduro, como pediu o fundador.
Os opositores passaram o dia a reclamar. “O ‘toque de Diana’ é propaganda eleitoral, a autoridade não deve permitir a permanência deste toque durante o dia nem a presença de motociclistas num perímetro de 200 metros dos centros eleitorais”, disse Ramón Guillermo Aveledo, secretário da Mesa da Unidade Democrática, a coligação atrás da candidatura de Henrique Capriles.
Os motociclistas viam-se em paróquias de Caracas leais ao Presidente eleito que morreu a 5 de Março, como Caricuao, Montalbán, 23 de Enero e El Valle.
“Recebemos denúncias e actuámos de imediato”, afiançou, ao final da manhã, a presidenta do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Tibisay Lucena. “É o momento dos eleitores. Chamamos a atenção das organizações políticas, especialmente dos comandos de campanha: não se pode fazer nenhum tipo de propaganda.” Tinha notícia de outros incidentes. Quatro pessoas tinham comido o comprovativo de voto. E havia cinco denúncias de voto assistido e comprado. “Pedimos publicamente às organizações políticas para dizerem aos seus seguidores que não façam isto.”
O CNE acreditara 3435 observadores de diversas organizações nacionais e 240 observadores internacionais, entre os quais uma missão de 40 elementos enviada pela Unión de Naciones Suramericanas e outra de 30 da Unión Interamericana de Organismos Electorales.
Até às 13h locais, 18h30 em Lisboa, a mobilização foi inferior à de 7 de Outubro, que opôs Chávez e Henrique Capriles. Durante toda a campanha, analistas falaram no risco de muitos opositores nem se darem ao trabalho de sair de casa, dando por certa a vitória de Maduro.
À hora do almoço, o reitor principal do Poder Eleitoral, Vicente Díaz, dizia estar a correr tudo dentro do previsto: “Há um grupo grande de pessoas que vão a votar cedo. Essa é a primeira vaga. Às duas da tarde regista-se outra vaga e logo outra a partir das quatro da tarde.”
As mesas fecham às 18h00, a menos que ainda hajagente na fila. Havendo, mantêm-se abertas até todos votarem.