Plano de resgate a Chipre é “completo e credível”, diz Lagarde

A directora do Fundo Monetário Internacional afirmou nesta segunda-feira que o plano vai colocar o país “num caminho sustentável para a recuperação”.

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Directora do FMI sublinha importância de restaurar confiança no sistema financeiro Foto: Nelson Almeida/AFP

A directora do FMI referiu que o plano, que prevê um empréstimo de 10.000 milhões de euros e implica a reestruturação das duas principais instituições financeiras do país (afectando os depósitos acima dos 100 mil euros), “dirige-se ao problema central do sistema financeiro através de uma estratégia clara que assegura a sustentabilidade da dívida e não sobrecarrega excessivamente os contribuintes cipriotas”.

Lagarde sublinha que o acordo, selado entre Chipre, FMI e Comissão Europeia, “fornece as bases para restaurar a confiança no sistema financeiro, que é fundamental para suportar o crescimento”. E acrescenta que o plano de resgate, uma solução encontrada depois de o Parlamento cipriota ter chumbado uma versão inicial que passava pela criação de um imposto extraordinário sobre todos os depósitos, “fornece uma solução duradoura e totalmente financiada para os problemas subjacentes que Chipre enfrenta”, colocando o país “num caminho sustentável para a recuperação”.

O ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble disse nesta segunda-feira de manhã, enquanto apresentava em Berlim o acordo fechado durante a madrugada, que o plano de resgate é “equitativo” e “é capaz de estabilizar a situação em Chipre”.

"O resultado [das negociações] é justo para todos os envolvidos, afirmou, acrescentando que "com a solução encontrada Chipre tem uma boa hipótese de restaurar a confiança perdida". Schäuble referiu que chegar a este acordo foi "trabalhoso", mas acredita que o plano acordado na madrugada desta segunda-feira "é a melhor via possível, mesm não sendo fácil".

Também em conferência de imprensa, o presidente do Eurogrupo e ministro das Finanças de Holanda, tinha defendido o plano como uma “melhor solução do que na semana passada”, referindo-se à intenção inicial de taxar os depósitos, que considerou “infeliz”.

Já o presidente cipriota, Nicos Anastasiades, afirmou estar “satisfeito” com o resultado das negociações, no final das quase 12 horas de negociação em Bruxelas.

O vice-presidente da Comissão Europeia e responsável dos Assuntos Económicos, Olli Rehn, disse que o acordo foi “absolutamente essencial”, pois irá permitir reconstruir a economia cipriota, e afirmou que Bruxelas vai fazer “tudo para atenuar as consequências sociais do programa e proteger os mais vulneráveis” a este “choque económico, “que o país vai sofrer com o resgate. Olli Rehn reconheceu que, "dada a profundidade da crise financeira, o futuro próximo dos cipriotas será muito difícil".