BCE lança ultimato a Chipre
Conselho de governadores pressiona o Governo cipriota a encontrar uma solução que assegure a aplicação do programa de resgate.
Em comunicado, a instituição informa que o "conselho de governadores do Banco Central Europeu decidiu manter o actual nível da assistência de liquidez de emergência [ELA na sigla inglesa] até segunda-feira 25 de Março de 2013".
Depois dessa data, precisa o BCE, esta assistência "só poderá ser considerada, se um programa da UE-FMI estiver em aplicação para assegurar a solvência dos bancos em causa".
A posição do BCE significa que, a partir de segunda-feira, os bancos cipriotas estão ameaçados de falência, e com eles a totalidade do Estado, se o programa de ajuda da zona euro e do FMI, no valor de 10.000 milhões de euros, pensado precisamente em parte para reforçar o capital dos bancos em dificuldades, não estiver em aplicação.
Jeoren Dijsselbloem, ministro holandês das Finanças, rejeitou a ideia de que o BCE estará a sair das suas prerrogativas com um ultimato de índole política a um país do euro, como foi considerado por alguns deputados europeus durante um debate na Comissão dos Assuntos Económicos e Monetários do Parlamento Europeu.
"Não creio que o BCE esteja a fazer ameaças, o que está a fazer é o máximo que lhe é possível fazer dentro do seu mandato", afirmou Dijsselbloem. A liquidez de emergência "só pode ser disponibilizada para os bancos solventes ou que têm um futuro. Se os bancos estão em grandes dificuldades, tem pelo menos de haver uma perspectiva num futuro próximo de um programa de recapitalização para trazer estes bancos de novo para uma posição sólida", prosseguiu.
"Tudo o que [o BCE] disse é que considera muito urgente que haja um programa e que só pode continuar a apoiar com a disponibilização da ELA, se houver um programa [de ajuda a Chipre]", disse ainda o ministro holandês." [O comunicado do BCE] só sublinha a urgência, antes de mais ao Governo cipriota, de que precisamos de alcançar muito rapidamente um acordo sobre um programa, e penso que o BCE tem razão", insistiu Dijsselbloem.