A remos no Atlântico

José Tavares, economista e ex-gestor, decidiu atravessar o Atlântico num barco a remos. Sozinho. Durante quatro meses vai escrever para o PÚBLICO. Acompanhe a viagem através das suas crónicas.

Embarque do barco Paraguaçu preparado para seguir para Tânger
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Embarque do barco Paraguaçu preparado para seguir para Tânger DR
No Porto de Tarfya de onde José Tavares zarpou
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No Porto de Tarfya de onde José Tavares zarpou DR
José Tavares pronto para rumar ao Sul
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José Tavares pronto para rumar ao Sul DR

“Freud foi o primeiro a sugerir que os sonhos eram quase sempre a tentativa do sonhador satisfazer, ainda que apenas enquanto dorme, ambições ou objectivos que por alguma razão não se podiam culminar na vida normal”. Parece que no fundo, para o ‘pai da psicanálise’, o ‘prazer’ era o motor de todas as escolhas e era a realização de todas as pulsões instintivas. Ou seja, tudo se relacionava com emoções afectivas, tipo ‘sonhos húmidos’ ou ‘waka waka’, como dizia uma conhecida de Sevilha.

O que não é de todo estranho, se recordarmos que “não há nenhum instinto mais poderoso e, em certo modo, mais incontrolável que o instinto sexual”, como escreveu Eduardo Punset. Este divulgador científico explica (em Porque somos como somos) que “os seres humanos, segundo os especialistas, tal como os mamíferos, manifestam três emoções primárias: o desejo sexual, a atracção preferente por um determinado parceiro e a relação afectiva ou vínculo”.

São, portanto, emoções decalcadas no nosso cérebro primitivo, desde que a mitocôndria (bactéria que se alojou noutra bactéria e, dando-se bem, originaram as unidades autónomas que se converteram nas células básicas do ser humano) lutava pela urgência da reprodução, como forma de perpetuar a existência: “A essência da vida é deixar mais vida, é criar matéria que sobreviva e que possa passar através do tempo, e o objectivo fundamental que têm os organismos é reproduzir-se”.

As crónicas de José Tavares são financiadas no âmbito do projecto Público Mais



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