Papa admite antecipação do conclave

Bento XVI aprovou um motu proprio para antecipar o conclave que vai escolher o seu sucessor.

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Papa deixa aos cardeais a possibilidade de antecipar o início do conclave Alessandro Bianch/Reuters

“Deixo aos cardeais a possibilidade de antecipar o início do conclave, uma vez que todos estejam presentes, ou o adiamento, em caso de motivos graves, da eleição por alguns dias”, indicou o Papa.

Neste decreto, Bento XVI lembra que o prazo normal para a realização de um conclave é no mínimo de 15 dias e no máximo de 20, após o início do período de sede vacante.

Bento XVI, de 85 anos, anunciou no passado dia 11, durante um consistório no Vaticano, a resignação, a partir da próxima quinta-feira, devido “à idade avançada”.

Um novo Papa será escolhido até à Páscoa, a 31 de Março, disse o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, anunciando que um conclave deve ser organizado entre 15 e 20 dias após a resignação do pontífice. Até aqui e de acordo com a constituição apostólica (Universi Dominici Gregis, assinada por João Paulo II, em 1996), o conclave não podia começar antes de 15 de Março.

Mas depois do "motu proprio", publicado por Bento XVI, esta terça-feira, os cardeais podem decidir, por meio de voto, antecipar o conclave para permitir ao novo eleito uma melhor preparação para a Páscoa, uma celebração muito importante para 1,2 mil milhões de católicos.

No conclave participam apenas os cardeais eleitores, com menos de 80 anos, decorrendo no maior segredo, na Capela Sistina.

A eleição do Papa exige uma maioria de dois terços dos votos.

O número máximo de cardeais eleitores é de 120, fixado por Paulo VI e confirmado por João Paulo II e Bento XVI, mas o próximo Papa vai ser escolhido por menos cardeais, 115. No conclave estarão 60 cardeais europeus, 19 da América Latina, 14 da América do Norte, 11 de África, dez da Ásia e um da Oceânia.

Os países mais representados são a Itália, com 28 cardeais eleitores, Estados Unidos, com 11, Alemanha, seis, Brasil, Espanha e Índia, cinco cada.

O último chefe da Igreja Católica a renunciar foi Gregório XII, no século XV (1406-1415).