Ministro alemão apela à distribuição dos produtos com carne de cavalo aos pobres

Na Finlândia, uma empresa já pediu autorização para entregar a carne apreendida a instituições de solidariedade.

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O escândalo da carne de cavalo rebentou na Alemanha há dez dias Ina Fassbender/REUTERS

"Mais de 800 milhões de pessoas morrem de fome no mundo. E, infelizmente, na Alemanha, também há pessoas que têm dificuldades financeiras, mesmo na alimentação”, disse Niebel numa entrevista ao diário Bild, publicada este sábado. “Acho que não podemos, aqui na Alemanha, deitar fora comida boa.”

É a primeira vez que um ministro alemão aborda o assunto. Niebel está a seguir os passos do deputado conservador Hartwig Fischer, que para convencer os mais necessitados, se deixou fotografar para um dos jornais mais lidos na Alemanha a saborear um prato de lasanha de cavalo. “É bom! Não consigo ver a diferença em relação às outras lasanhas”, explicou o deputado ao mesmo jornal.<_o3a_p>

Já a ministra dos Assuntos Sociais, Ursula von der Leyen, considerou o debate “absurdo”. Para a governante, “quer sejam ricos ou pobres, todos querem saber aquilo que comem”.<_o3a_p>

O escândalo da carne de cavalo misturada em preparados de carne bovina rebentou na Alemanha há dez dias. Depois disso, o Governo alemão anunciou medidas para reforçar o controlo da indústria alimentar.<_o3a_p>

Também esta semana, a empresa finlandesa Pouttu anunciou que pediu às autoridades sanitárias autorização para entregar a instituições de caridade produtos retirados do mercado por conterem carne de cavalo sem que essa informação constasse dos rótulos. <_o3a_p>

O presidente executivo da empresa, Pekka Kosonen, afirmou que a ideia foi sugerida por internautas preocupados com os efeitos ambientais da incineração de toneladas de embalagens com pratos de carne. A Pouttu retirou do mercado cinco toneladas de pratos de kebab depois de ter detectado, em testes de controlo de qualidade, vestígios de carne equídea nesses produtos.

A discussão ainda não chegou a Portugal, onde além dos produtos que as próprias marcas já decidiram retirar do mercado, como foi o caso das lasanhas da Nestlé, a ASAE já apreendeu dezenas de toneladas de carne de bovino picada que suspeita que contenha vestígios de carne de cavalo. Ao PÚBLICO, a autoridade de segurança alimentar explicou que essa carne está devidamente acondicionada e selada e que os produtos que não revelarem problemas nos testes voltarão a entrar no circuito comercial. 

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