Bispo de Leiria-Fátima sugere um cardeal filipino para Papa
António Marto destaca “a capacidade intelectual” do cardeal de Manila, de 55 anos, a predisposição que possui para o diálogo inter-religioso, bem como o seu “estilo desportivo”, identificando-o como “um pastor muito amado e querido do povo” filipino.
O prelado, antigo aluno de Joseph Ratzinger em Teologia da Eucaristia, afiança que não quer “fazer futurologia” para o Conclave marcado para Março em Roma e assinala que “este [cardeal] é apenas um exemplo”, sublinhando que a naturalidade “não é o factor mais importante", mas "tem um peso significativo”.
O arcebispo de Manila foi elevado a Cardeal em 2011 por Bento XVI e é professor de teologia, tendo ficado conhecido como historiador do Concílio Vaticano II e professor de Doutrina da Fé.
Para António Marto, o essencial é que o novo papa "tenha um perfil apto a responder aos problemas e desafios deste mundo novo que está a nascer”, reforçando não só a ideia de que “a Igreja [católica] na Ásia, África e América Latina está florescente, enquanto na Europa dá sinais de cansaço”, mas também o facto de estarem “a surgir países emergentes, sobretudo no eixo asiático, que vai ser o eixo do futuro”.
Para o bispo que tutela o Santuário de Fátima, um dos maiores santuários marianos do mundo, “acabou o eurocentrismo a nível mundial e ao nível da Igreja”, expressando a convicção de que “o novo Papa há-de ser mais novo e trazer também sangue novo”.
António Marto lembra que o futuro Papa tem pela frente “um ministério que exige muita presença e muita viagem”, defendendo que é “necessária uma pessoa que traga ânimo e vigor e que tenha à sua frente um período de média e longa duração para poder lançar programas de evangelização e respostas aos problemas do mundo e da Igreja”.
O Papa Bento XVI, de 85 anos, anunciou no dia 11, durante um consistório no Vaticano, a sua resignação a partir de 28 de Fevereiro devido “à idade avançada”.
Um novo Papa será escolhido até à Páscoa, a 31 de Março, disse o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, anunciando que um conclave deve ser organizado entre 15 e 20 dias após a resignação do pontífice.