Portugal com menos 150 transplantes de órgãos em 2012

Números do Instituto Português do Sangue revelam quebra de 19% face ao ano anterior. Também o número de dadores está em queda.

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No final de 2014 existiam 2216 portugueses à espera de um órgão. Carlos Lopes

 

Os dados preliminares de 2012 do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) indicam que foram feitos 681 transplantes, quando em 2011 tinham sido realizados 830.

Também o número de dadores registou uma diminuição, com menos 49 dadores em 2012, representando um decréscimo de 16% face ao ano anterior.

De acordo com o documento divulgado no site do IPST, o número de transplantes tem vindo a decrescer desde 2009, ano em que se fizeram 928 cirurgias deste tipo. Em quatro anos, de 2009 a 2012, a redução do número de transplantes foi de cerca de 27%, com menos 247 transplantes realizados.

O transplante renal continua a ser o mais realizado, com 429 intervenções em 2012, ainda assim menos 100 do que no ano anterior. Uma redução registada também nos restantes órgãos, com menos 30 transplantes hepáticos, menos 16 cardíacos, menos cinco do pâncreas e menos quatro transplantes pulmonares.

A tendência de diminuição verifica-se igualmente desde 2009, nas colheitas de órgãos em dador cadáver, com uma redução de cerca de 16% em quatro anos. Aliás, a taxa de doação por milhão de habitantes passou de 31, em 2009, para 23,9, no ano passado, atingindo o mesmo valor que no ano de 2007.

Ao abrigo do acordo de cooperação com Espanha, foram realizados 15 transplantes no país vizinho, sendo que em apenas um caso o receptor era português.

No total foram oferecidos 22 dadores cadáveres, a maioria proveniente do Hospital de São João, no Porto, e doados 35 órgãos – 15 pulmões, 12 corações e oito fígados.