PS acusa Governo de ter perdido ano e meio na alta velocidade ferroviária

PS defende que alta velocidade deve avançar o quanto antes.

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Nuno Ferreira Santos

Estas posições foram transmitidas aos jornalistas por Óscar Gaspar, assessor para as questões económicas e financeiras da direcção do PS e dirigente deste partido.

O ex-secretário de Estado da Saúde do segundo executivo liderado por José Sócrates começou por observar que, ao fim de ano e meio, o Ministério das Finanças comunicou na terça-feira que haverá financiamento para o projecto de alta velocidade.

"Durante ano e meio, o Governo vacilou e assim prejudicou a economia", porque "o projeto da alta velocidade ferroviária é muito estruturante para Portugal e o PS tem insistido que é necessário apostar aqui no sentido de dinamizar a economia nacional e, sobretudo, dinamizar as exportações", referiu o dirigente do PS.

Para Óscar Gaspar, no caso concreto da ligação ferroviária entre o porto de Sines e Madrid, "o investimento é essencial para Portugal e nunca deveria ter sido posto em causa por este Governo".

"A primeira reacção que deveria ter existido é que o Governo reconhecia que recuou e, finalmente, ia avançar com o projecto de alta velocidade", disse.

Também segundo o assessor da direcção do PS, na sequência da posição transmitida pelo Ministério das Finanças, no espaço de "poucos minutos", o Ministério da Economia emitiu um comunicado em que se dizia que o projecto da alta velocidade seria realizado em 2015.

"Isso é absolutamente inaceitável. O Governo, que é tão célere quando é para cortar e para impor sacrifícios aos portugueses, quando se tratam de projectos estruturantes acaba a adiá-los durante anos. Portugal precisa de investimento e de economia não é em 2015, é a partir de agora", contrapôs.

Óscar Gaspar referiu ainda o facto de terem saído notícias de que, afinal, a intenção do Ministério das Finanças não será o financiamento da alta velocidade ferroviária, mas "desviar cerca de 600 milhões de euros do projecto para a Parpública".

"Isso é inaceitável, porque o país precisa do financiamento da alta velocidade e, nomeadamente, da ligação entre o porto de Sines e Madrid", acrescentou.